Executivas de cooperativas mostram força da mulher no setor

O Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas, que acontece de forma virtual, reuniu no painel “Executivas de cooperativas – A importância da mulher nesse setor”, a gerente Administrativa Financeira da Cotribá, Ana Marlize Schreiner; a gerente técnica de Insumos da Coperacel, Tânia Manfroi Cassiano; a gerente Administrativa Financeira da Camisc, Claudiane Viana; e a superintendente da Coplana, Mirela Gradim.

Para iniciar o debate, Mirela Gradim apresentou os números da pesquisa realizada entre novembro de 2015 e abril de 2016, com mulheres que atuam na cadeia do agronegócio brasileiro, pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que revelou que 57% das participantes atuam ativamente de associações e sindicatos, 60% têm ensino superior completo, 88% são independente financeiramente, 55% acessam a internet todos os dias.

“Se tivesse que definir o perfil dessa mulher, poderíamos dizer que ela tem escolaridade alta, independência financeira, é aberta à inovação e à comunicação e tem uma ampla visão do negócio”, assinalou Mirela.

Refletindo os resultados da pesquisa, as participantes tiveram a oportunidade de contar um pouco sobre como iniciaram a carreira dentro das cooperativas em que atuam e ressaltaram a importância de servirem como exemplo para outras mulheres que pretendem atuar no setor.

“Quando fazemos um trabalho bem feito isso abre espaço para que muitas outras mulheres possam ir à luta e batalhar pelo seu espaço, principalmente quando falamos no agro. Além de ocupar cargos de gestão, temos que divulgar isso. Mostrar essa capacidade feminina em igualdade de condições”, assinala Tânia, da Coperacel.

A executiva, que é engenheira agrônoma e produtora rural desde 1986, explica que, em 2010, a partir de uma necessidade de um grupo de vizinhos de sua cidade, Campos Novos, em Santa Catarina, foi criada a cooperativa de recebimento de grãos, Coperacel. Ela conta que, por ter participado de todo o processo de formação, foi convidada para presidir a cooperativa por duas gestões, ficando no cargo por seis anos. Hoje é uma mulher que também está à frente da organização. “Pelas informações que temos a Coperacel foi a primeira cooperativa no Brasil a ser presidida por uma mulher e continua sendo a única com uma mulher na presidência no setor de grãos”, afirma.

Para Ana, da Cotribá, a mulher interessada em conquistar espaço nesse setor deve ser, antes de tudo, disciplinada, além de honesta e ética. “Ela precisará também de uma capacidade de liderança, colaborar com o crescimento dos outros e ter um espírito inovador”, aponta. Ana está há quase 30 anos na cooperativa, onde começou como atendente, por três meses, na loja de roupas, até ser convidada a fazer parte do quadro de funcionários da contabilidade. Em 2005, a executiva assumiu a gerência da contabilidade e, em 2009, a administração. Três anos depois assumiu a parte financeira da cooperativa, que fatura R$ 1 bilhão.

Já Claudiane ressaltou a importância de a mulher persistir em seus sonhos. “As mulheres têm que se fazer escutar. Provar que podem executar as mesmas tarefas que os homens desempenham no cargo”, destacou. Das três convidadas para debater a importância da mulher no setor, Claudiane é a que está a menos tempo à frente de um cargo de confiança no agronegócio. Há cinco anos, ela é a responsável administrativa e financeira da Camisc.

 

 

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