País embarcou 43,7 milhões de sacas de julho de 2023 ao fim de maio deste ano; há um mês do fechamento do ciclo, exportação está a 2 milhões de sacas de superar o volume histórico alcançado em 2020/21
“Com essa performance, o Brasil chega a 43,7 milhões de sacas remetidas ao exterior nos 11 meses do ano safra 2023/24 e caminha para a quebra do recorde das exportações neste ciclo, uma vez que os embarques atuais se encontram 2 milhões de sacas abaixo do maior volume histórico até então, obtido na temporada 2020/21, quando o país comercializou 45,7 milhões de sacas. Esse novo volume máximo é bem plausível de ser alcançado, já que, desde outubro do ano passado, temos embarcado uma média superior a 4 milhões de sacas ao mês”, projeta o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Ano civil
No acumulado de janeiro ao final de maio de 2024, as exportações brasileiras de café totalizam 20,690 milhões de sacas, montante também recorde para o período e que representa crescimento de 52,1% em relação ao aferido nos cinco primeiros meses do ano passado.
Em receita, o desempenho também é o maior da história no intervalo, com o ingresso avançando 50,8%, ao saltar de US$ 2,965 bilhões, no primeiro quinquemestre de 2023, para os atuais US$ 4,5 bilhões.
Inflação de maio sobe para 0,46%, influenciada pela alta dos alimentos
Tanto em maio, quanto nos acumulados deste ano e da safra 2023/24, o comportamento dos embarques reflete a excelente performance dos cafés canéforas (conilon + robusta), conforme o presidente do Cecafé. No mês passado, foram exportadas 868.270 sacas dessa espécie, o que elevou o volume para 7,412 milhões nos 11 meses do ciclo cafeeiro atual e para 3,442 milhões no agregado deste ano, gerando crescimentos de 559,3%, 499% e 553,8%, respectivamente. “Falamos de recordes em todos esses cenários”, destaca Ferreira.
Tipos de café
De janeiro ao fim de maio, o café arábica, com 15,654 milhões de sacas, segue como o mais exportado pelo Brasil. Esse montante representa 75,7% do total e implica alta de 36,3% na comparação com o primeiro quinquemestre do ano passado. A espécie canéfora, com o desempenho supracitado, vem na sequência, respondendo por 16,6% do geral.
O segmento do café solúvel, com 1,580 milhão de sacas – avanço de 0,7% e 7,6% do total –, e a seção do produto torrado e torrado e moído, com 13.738 sacas (-28,9% e 0,1% de representatividade), completam a lista.
“A performance histórica dos conilons e robustas brasileiros em março e abril voltou a ser observada em maio e possibilitou a quebra do recorde nas exportações dos cafés verdes, tudo isso em pleno auge da entressafra brasileira. Ou seja, colhemos, literalmente, os frutos de décadas de investimentos em pesquisa e tecnologia, que, além de colocar a qualidade e a sustentabilidade dos cafés brasileiros na primeira prateleira do mercado mundial, possibilita que tenhamos oferta suficiente para atender à crescente demanda global”, comenta o presidente do Cecafé.
De acordo com ele, o cenário internacional do mercado também favorece a maior ocupação de espaços pelos cafés do Brasil. “As incertezas sobre as colheitas de importantes produtores mundiais e a consequente restrição de oferta, como de Vietnã e Indonésia, abrem portas para que nossos cafés, em especial os canéforas, ampliem seu market share e consolidem o país como o principal player global, com oferta de qualidade em quantidade”, completa.