Exportação de máquinas agrícolas cresceu 16%

A receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos registrou R$ 12,6 bilhões em janeiro, crescimento de 38,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em termos absolutos, este foi o melhor janeiro desde 2015, quando o setor havia faturado R$ 13,2 bilhões. O setor de máquinas começa 2021 aquecido em relação ao observado nos últimos anos, mas ainda abaixo da média de 2010-2013. Em 2021, a receita líquida deverá contar com a manutenção das vendas internas, mas o timing da recuperação das exportações ainda é impreciso. Os dados fazem parte do balanço divulgado pela Indústria Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Em janeiro, a receita líquida de máquinas e equipamentos foi impulsionada pela manutenção do mercado interno. Após crescer 50,3% em dezembro, as vendas internas avançaram 50,8% em janeiro na comparação interanual. Dentre os segmentos que sinalizaram aumento nas vendas, destaque para máquinas agrícolas com avanço nas empresas de todos os portes. Outro segmento que tem colaborado para a alta das vendas internas é máquinas para infraestrutura, incentivado, em grande medida, pelo andamento do Programa de Parcerias de Investimento (PPP).

Mercado agrícola ajuda exportações

As exportações de máquinas e Equipamentos sentiram fortemente a redução do comércio global em razão da pandemia em 2020.Após crescer 0,9% em dezembro, as exportações de máquinas recuaram 1,6% em janeiro de 2021, em linha com a sazonalidade de início de ano. A queda modesta de janeiro sinaliza uma possível mudança de rumo das exportações ao longo de 2021. Se o comércio internacional ganhar ritmo junto à expansão da vacinação mundo a fora, o cenário para as exportações de máquinas poderá ser benéfico, principalmente, mantido o câmbio desvalorizado.

O ensaio da recuperação das exportações ocorre de forma heterogênea entre os segmentos de máquinas. Em janeiro, houve avanço das vendas ao exterior nos segmentos de máquinas: Agrícolas (+16,1%); Logística e construção civil (+16,1%); Indústria de transformação (+16,1%); Bens de Consumo (+7,5%). Por outro lado, as vendas externas registraram retração nos segmentos de: Infraestrutura e Indústria de base (-4,0%); Petróleo e energia renovável (-55,8%).

Em janeiro, o recorte por destino das exportações mostrou recuperação das vendas de máquinas para importantes países-clientes do setor. As exportações de máquinas para os EUA cresceram 5,0% em relação a janeiro do ano passado. Nesta mesma comparação, as vendas para os países da América Latina avançaram 2,1%, puxadas por Chile (+53,6%) e Peru (+27,1%). Por outro lado, as exportações para a Europa ainda registraram forte queda -as vendas encolheram 37,6% em janeiro.

Importações em baixa

Após dois meses consecutivos de alta das importações de máquinas, houve queda de 7,5% das compras em janeiro. Ainda que o ano comece com retração das importações, o cenário é sazonal e deverá ser revertido nas próximas leituras. As importações de máquinas e equipamentos respondem à confiança interna. A expectativa de demanda futura por parte dos empresários geram compras de máquinas tanto de fabricação nacional, como estrangeira. Portanto, o ganho de fôlego e confiança de setores ligados à indústria de transformação e construção civil tendem a puxar também as importações em 2021.

O desempenho das importações de máquinas por segmento é bastante diverso. Em janeiro, os segmentos que contribuíram na recente retomada das importações foram: Petróleo e energia renovável (+99,3%); Componentes (+11,7%)üBens de Consumo (+2,7%). Por outro lado, os segmentos que contribuíram para a queda das importações foram: Infraestrutura e indústria de base (-37,5%); Logística e Construção civil (-17,6%)üAgricultura (-34,6%)

Entre as principais origens das importações, China, EUA e Alemanha comandam o ranking respectivamente. Em janeiro, as importações oriundas da China cresceram 32,4% e o país asiático retomou a posição de líder com 30,8% das compras totais de máquinas pelo Brasil. Neste mesmo mês, as compras oriundas dos EUA recuaram 13,3%, levando o país a ocupar a segunda posição (14,9% de share). Em janeiro, as importações da terceira colocada, Alemanha, recuaram 39,8%. Máquinas da Itália cresceram 1,4% e o país passa a ocupar a quarta colocação no ranking, deixando o Japão na quinta posição.

Fonte: Abimaq

 

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