Na região de Uberlândia, no triângulo mineiro, o pecuarista Claudney Souza cercou três hectares de uma Área de Preservação Permanente (APP) e de Reserva Legal para evitar a passagem de animais e proteger uma nascente. O resultado foi mais água na propriedade.
“A água era muito pouquinha aqui, não dava nem para mim nem para o gado. Aí eu cerquei as reservas e a minha água aumentou”, disse Claudney Souza.
Participante do FIP Paisagens Rurais, Claudney também passou a contar com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar. Todos os meses ele recebe a visita de um técnico de campo que avalia se o manejo dos animais está correto e sugere mudanças para preservar o meio ambiente e garantir renda à família.
“A nossa orientação é estar monitorando sempre, além de replantar e cuidar aquelas plantas que morrerem. Podemos considerar o Claudney como um produtor de águas. O resultado vem e a natureza te dá o retorno, mas tem que cuidar”, afirmou o técnico de campo do Senar-MG, Hugueney Guarnieri.
Outro pilar da iniciativa é a recuperação de pastagens degradadas. Com a melhora do solo é possível utilizar tecnologias que vão reduzir os custos e melhorar a qualidade do capim que alimenta o rebanho. Uma das técnicas implementadas nas propriedades é o pastejo rotacionado.
“O projeto FIP Paisagens Rurais, juntamente com a ATeG, traz mais segurança para os produtores nas tomadas de decisões. Isso gera incremento de produção, redução de custos e preservação ambiental, além de tornar a atividade produtiva mais sustentável”, declarou o supervisor da ATeG Senar-MG, Sebastião Rezende.
FIP Paisagens Rurais
A iniciativa prevê a recuperação de 100 mil hectares de pastagens degradadas e de sete mil hectares de APPs e reservas legais em quatro mil propriedades rurais, por meio da Assistência Técnica e Gerencial do Senar na Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins.
O Projeto Gestão Integrada da Paisagem no Bioma Cerrado (FIP Paisagens Rurais) é financiado com recursos do Programa de Investimento Florestal, através do Banco Mundial.
A coordenação é do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); com parceria da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ), do Senar e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embrapa.