Máquinas e Inovações Agrícolas

Grande versatilidade para o skidder, trator florestal articulado

Os skidders (do inglês “to skid” = deslizar) são máquinas concebidas especificamente para o desflorestamento com arrasto de madeiras de grande porte. Nascidas na América do Norte no final dos anos 1950, logo se difundiram na Europa. São constituídas por uma estrutura articulada extremamente robusta sustentada por quatro rodas isodiamétricas. O banco do motorista está colocado no eixo dianteiro, enquanto perto do traseiro ficam os mecanismos de desflorestamento. A massa a vácuo está distribuída 60% na frente e 40% atrás; trata-se de uma ótima divisão para o uso principal da máquina, já que com o peso da madeira a transportar colocada atrás obtém-se uma paridade substancial nos eixos.
Para aproveitar adequadamente as potencialidades do skidder, é necessário configurar utilizações de grandes quantidades de madeira, com uma boa acessibilidade às populações florestais, para que a máquina possa realmente alcançar as plantas no leito de queda. Tratam-se de modalidades de uso que por muito tempo limitaram bastante uma profícua utilização desses meios nos Alpes, especialmente onde as condições orográficas e a escassa visibilidade florestal tornam os bosques pouco acessíveis. Atualmente, a evolução técnica do skidder resultou no desenvolvimento de máquinas de dimensões menos “mastodônticas”. Graças à estrutura articulada e ao raio de esterço extremamente reduzido, o skidder é muito mais ágil que um trator agrícola tradicional, mesmo de tamanho inferior. Em virtude de inúmeras montagens disponíveis, tais meios tornam-se cada vez mais interessantes para o mercado mundial. Hoje, é possível montar um guincho traseiro, perfeitamente integrado à estrutura da máquina, um guindaste florestal, um braço hidráulico articulado e uma pinça florestal (para a movimentação dos troncos), uma lâmina dianteira (para a abertura de pistas de desflorestamento e para a remoção de eventuais obstáculos), uma pinça carregadora de toras em substituição à lâmina, uma pinça para o arrasto de plantas inteiras, quando prevalece esse tipo de desflorestamento (graple-skidder), etc.

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Um exemplo de skidder em ação na Itália. A empresa de trabalhos florestais Loss Pierantonio possui um dos poucos skidders utilizados na Itália. A escolha operacional dessa empresa é contrária àquelas florestais similares que, para o mesmo trabalho, tendem a usar guindaste de cabo móvel (com uma pequena torre) e processador (normalmente na escavadeira). Neste caso, optou-se por um guindaste de cabo tradicional (por isso, é possível realizar linhas mais longas) juntamente a um skidder com guindaste florestal e guincho. Uma combinação permitiu à empresa diferenciar- se, tendo acesso a utilizações com custos menores que os da concorrência. O skidder em questão é o modelo 805 HD do fabricante alemão HSM. Trata-se de uma máquina de médio porte, adaptada para condições difíceis, Heavy Duty (HD), certificada para trafegar também na estrada pública e ajustada para deslocamentos máximos de 50 km – mais que suficientes para se chegar aos diversos canteiros no âmbito do perímetro onde atua. A máquina está equipada com o guincho HY 20, munido de duas bocas de desflorestamento e dois cilindros (com força de tração máxima de 100 kN/cilindro), um guindaste florestal Loglift F 101 RT 72, com alcance máximo de 7,2 m, uma pinça para os troncos Cranab com barra de motosserra e uma lâmina dianteira. A Loss Pierantonio atua principalmente na região do Trentino, onde existe uma viabilidade florestal normalmente mais cuidada em relação ao que se encontra na maioria das outras regiões. Todavia, o acesso ao bosque continua sendo o principal problema para uma máquina desse tipo.
Quando as condições do terreno permitem, o skidder alcança diretamente a madeira no leito de queda, mas tal solução de desflorestamento deve ser atentamente programada na fase de projetação do corte. Na verdade, justamente para favorecer o acesso a tais meios, as normativas regionais permitem, na maioria das vezes, a abertura temporária de pistas de desflorestamento, desde que as terraplanagens sejam limitadas. Mas também nesse caso (como já, a propósito, deveria ocorrer nas linhas de guindaste a cabo) para uma utilização eficaz e racional, a martelada florestal (operação onde o técnico imprime um selo com o martelo florestal na base das árvores que deverão ser abatidas) deve ser realizada em pistas de desflorestamento já traçadas, ou pelo menos já identificadas no papel. Somente desse modo, concentrando a retirada ao longo dessas pistas, será possível assegurar a operação de silvicultura e minimizar os danos à floresta. Todavia, programar tal martelada nas modalidades de desflorestamento ainda é um dos maiores problemas das empresas florestais. Entre os disponíveis, a escolha dos pneus mais indicados tornou-se praticamente obrigatória, adotando os maiores possíveis, que sejam compatíveis com a circulação em estrada pública. Assim sendo, uma boa opção é a medida de 600/55-26.5. Uma largura alta das coberturas é fundamental para garantir a melhor aderência durante o desflorestamento e a mais alta capacidade de “flutuação” da máquina, não danificando o solo superficial. De qualquer modo, é preciso dispor de correias, mesmo em terreno seco.

Uma máquina polivalente. O skidder pode ser utilizado no desflorestamento, com arrasto direto ou indireto, assim como na movimentação da madeira na obra florestal (e a sua eventual preparação), e como forwarder combinado a um reboque florestal.

O potente guincho (100 kN/cilindro de força motriz) conta com duas bocas de desflorestamento, para executá-lo com um arrasto indireto extremamente eficaz. Vem montado de série com duas cordas de Ø 14 mm de 100 m de comprimento, mais que suficientes para também desflorestar madeiras distantes mas muito pesadas, especialmente se o trabalho tiver que ser realizado manualmente, na subida. Como alternativa, é possível montar em um dos dois cilindros uma corda de Ø 12 mm, para ser usada especificamente no desflorestamento em aclive. Por outro lado, a regulagem da embreagem é única na engrenagem dos cilindros existentes e, consequentemente, para manter inalterado o limite da intervenção, a tração exercitável com a corda de maior dimensão fatalmente fica um pouco diminuída. Dado que (com exceção do guindaste) o skidder é totalmente controlado à distância, o desflorestamento pode ser realizado de uma única unidade operacional que, via radiocomando, controla o guincho e o veículo colocando-o, de tempos em tempos, na posição mais adequada, sem perder a carga de vista. A direção reversível e o potente guindaste florestal conferem o aproveitamento eficaz do skidder também na obra florestal de descarregamento do guindaste a cabo, exatamente como se fosse uma escavadeira com pinça para troncos. É rápido, ágil e proporciona uma boa visibilidade ao operador.

Infelizmente, a instalação hidráulica não tem capacidade suficiente para operar com a maioria dos processadores, para preparar diretamente a madeira. Assim sendo, é necessário trabalhar com uma pinça munida de barra a correia. Além disso, graças à predisposição do sistema de acoplamento para reboque na blindagem do guincho e dos encaixes hidráulicos e elétricos necessários, a Loss Pierantonio também combinou ao skidder um reboque florestal de transmissão hidráulica. Desse modo, o meio foi usado também como forwarder para recolher a madeira preparada na floresta. Graças à articulação central, a máquina possui um raio de esterço de apenas 4,8 m, enquanto a oscilação vertical se adapta bem às irregularidades do terreno, mantendo em cada momento a máxima aderência e tração. Com a lâmina dianteira é possível efetuar pequenas terraplanagens para a abertura de traçados de desflorestamento. Eventualmente, a lâmina pode ser substituída por um carregador de troncos. O consumo de combustível gira em torno de 20-30 l/dia quando o skidder trabalha parado (na obra ou apenas no desflorestamento com arrasto a guincho), enquanto quando é preciso deslocá-lo com continuidade dentro do canteiro de obra (por exemplo, para arrasto direto) são necessários até 60-80 l/dia.

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