No bate-papo, realizado na noite do dia 28, foram debatidos assuntos como o mercado de máquinas agrícolas, trading, a importância da mecanização e os desafios da modernização no campo.
“Chegamos hoje a um agrobusiness US$ 400 bilhões das cadeias produtivas. É um bom número. Mas não nos acomoda. O mundo movimenta US$ 20 trilhões em agrobusiness e temos apenas 2% desse volume. Em algumas culturas somos líderes de mercado, como é caso da soja. Porém, temos um universo a conquistar. Temos que multiplicar por dois esse volume nos próximos oito anos”, destacou Tejon, na abertura do evento.
O professor lembrou que essa conquista só será possível através de um elo grande com as máquinas. Ele diz que esse é um déficit do Brasil, que necessita ser corrigido. Para Tejon, o número de máquinas e implementos agrícolas hoje no campo não acompanha na mesma escala o volume de fertilizantes, defensivos e sementes investidos no setor. “O número de máquinas deveria ser muito maior. A qualidade do insumo passar a depender da qualidade da sua aplicação. Mecanização não é só desbravar, esguichar veneno, espalhar semente ou jogar adubo. A máquina virou robô, virou sensor para a agricultura de precisão. Sem mecanização não tem evolução”, afirmou.
Dos cinco milhões de produtores no Brasil, Tejon diz que, pelo menos, 4,5 milhões estão em situação muito ruim de acesso à tecnologia. “Para dobrar o tamanho do agrobusiness, precisaremos de mecanização”, sentencia. Para atingir esse objetivo, Tejon acredita que o mercado de seminovos será fundamental, para levar tecnologia àquele produtor que ainda está iniciando na mecanização.
O diretor executivo do Grupo Máquinas, Marcelo Kozar, explica que a rede se profissionalizou nesses 11 anos de história e que, hoje, não tem medo de receber usados. A empresa negocia cerca de 200 a 250 máquinas seminovas ao mês. Sendo que, dessas 90% são pagas à vista.
Evolução
Para o diretor comercial do Grupo Shark Divisão CNH, César di Lucca, houve uma evolução necessária para se manter no negócio. “Máquina não é mais um luxo, mas uma necessidade. A pergunta é quando teremos volumes mais alinhados com o que a produção brasileira precisa. Para que que se materialize o aumento da produção”, questionou. O executivo destacou o trabalho da Via Máquinas nesse sentido, com informações e espaço para negociação de usados, tem ajudado a rede de concessionárias a fechar negócios nesse sentido.
O diretor comercial da Divisão AGCO Shark Tratores, Sirio Bazaretti, concorda. Em sua opinião, ter espaços de negociação para máquinas seminovas, abre ainda caminho para aqueles produtores que estão no topo da cadeia invistam em tecnologias novas e máquinas com maior potência. “Essa nova geração de produtores que está chegando, vem com formação diferente, exigindo tecnologia de ponta. Para que isso aconteça é preciso desovar os seminovos. É necessário um canal para isso”, aponta.
Já o diretor comercial da Aster Máquinas John Deere, Marco Miranda, aponta a falta de recursos para a compra de usados, na forma de financiamentos, consórcio, entre outros, como um dos empecilhos para que esse mercado cresça ainda mais. “Renovação demanda troca de usados, abertura de áreas. Não podemos estar fora desse mercado”, avalia.