Equipamento permitirá à empresa retomar mecanização após concentrar plantio em período de chuvas para economizar água
O equipamento chegará nos próximos dias a Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, onde a Aperam BioEnergia mantém suas unidades dedicadas ao plantio de eucalipto. A madeira cultivada ali é transformada em carvão vegetal e utilizada como energia para a produção do Aço Verde Aperam, na usina siderúrgica de Timóteo (MG).
O diretor de Operações da Aperam BioEnergia, Edimar de Melo Cardoso, explica que a empresa sempre foi referência no plantio mecanizado de mudas, mas, em 2019, abriu mão dessa vantagem tecnológica por uma questão de sustentabilidade, decidindo concentrar o plantio apenas em períodos chuvosos. “Com isso, essa etapa, que era 90% mecanizada, voltou a ser manual. Mas a escassez de mão de obra temporária evidenciou a necessidade de inovar, de buscar um equipamento capaz de fazer o serviço também durante o período chuvoso”, diz. Ele ressalta que, por outro lado, a economia de captação de água em represas pela medida foi grande: o equivalente a 110 mil metros cúbicos de água por ano desde 2019, ou 330 mil caminhões pipa nos três anos.
“Não temos no Brasil uma máquina que faça o plantio mecanizado com eficiência na época de chuvas. Nossa expectativa com a Plantma é grande e, caso os testes sejam bem sucedidos, temos a intenção de estudar a inclusão do equipamento do nosso parque de máquinas”, acrescenta Benone Braga, gerente executivo da Aperam BioEnergia.
A máquina será utilizada pelos próximos dois meses na região. Segundo Benone, retomar a mecanização no plantio, que permanecerá concentrado na época das chuvas em função de uma maior sustentabilidade da operação, vai garantir mais regularidade e precisão ao processo. E permitirá que os colaboradores que hoje se dedicam a essa função manual possam ser capacitados para atuar em atividades de maior valor agregado.
A Plantma-X cultiva, compacta e planta até 25 mudas por minuto, dependendo das condições do terreno. Além disso, sensores e câmeras coletam e armazenam dados da operação, podendo, inclusive, fazer correções durante o processo. Antes de ser lançada, em 2020, a máquina foi testada por três grandes empresas florestais na Suécia em uma variedade de condições, tipos de solo, diferentes mudas etc.
“A Plantadeira PlantMax X2 é resultado de anos de pesquisa, realizada por profissionais com gigantesco currículo de realização na mecanização florestal. Por entenderem cada aspecto e desafio no plantio de mudas, que precisa superar incontáveis variáveis, foram capazes de entregar solução para cada ponto de dificuldade. A expectativa é que, em pouco tempo, a máquina seja validada também aqui no Brasil”, afirma o coordenador de marketing da Timber, Rafael Macedo.
Ele lembra que, atualmente, o apelo pela mecanização na silvicultura é gigantesco não apenas em virtude da escassez de mão de obra, mas também por problemas de segurança, desconforto na operação manual e redução de custos.