Moagem de cana acumula 566 milhões de toneladas na safra 2024/2025

Clarisse Sousa – As usinas de cana-de-açúcar do Centro-Sul processaram 27,17 milhões de toneladas na segunda quinzena de outubro, uma queda de 21,62% em comparação com as 34,66 milhões de toneladas da mesma etapa na safra 2023/2024. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12/11) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).

No acumulado da safra 2024/2025, até 1º de novembro, a moagem atingiu 566,03 milhões de toneladas, superando em 0,88% as 561,09 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ciclo anterior.

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De acordo com a Unica, na segunda quinzena de outubro, 250 unidades produtoras estavam em operação no Centro-Sul: 231 processando cana, nove produzindo etanol a partir do milho e dez usinas flex. No mesmo período da safra 2023/2024, o número de unidades em operação era de 258.

Até o fim da segunda quinzena de outubro, 27 unidades já haviam encerrado a moagem. Desde o início do ciclo 2024/2025, o total de unidades que finalizaram as operações chegou a 38, comparado a 26 usinas que encerraram no mesmo período da safra anterior.

Além do encerramento da safra em algumas unidades, a queda na moagem quinzenal foi influenciada, segundo a entidade, pelas chuvas em Goiás, Minas Gerais e nas regiões central e noroeste de São Paulo, que dificultaram a colheita.

Açúcar e etanol

A produção de açúcar na segunda metade de outubro totalizou 1,78 milhão de toneladas, uma queda de 24,30% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024, quando foram produzidas 2,36 milhões de toneladas. No acumulado desde o início da safra até 1º de novembro, a fabricação somou 37,38 milhões de toneladas, levemente acima das 37,27 milhões de toneladas registradas no ciclo anterior (+0,27%).

Na última quinzena de outubro, apenas 46,12% da matéria-prima disponível foi direcionada para a produção de açúcar, ante 48,85% observados no mesmo período da safra 2023/2024.

A produção de etanol no Centro-Sul alcançou 1,64 bilhão de litros na segunda quinzena de outubro, com 990,3 milhões de litros de etanol hidratado (-8,22%) e 650,3 milhões de litros de etanol anidro (-8,03%). No acumulado da safra atual, a produção total de etanol somou 28,85 bilhões de litros (+6,87%), sendo 18,38 bilhões de hidratado (+15,11%) e 10,46 bilhões de anidro (-5,08%).

Do etanol produzido na segunda quinzena de outubro, 21,8% foram derivados do milho, com 357,92 milhões de litros, frente a 268,62 milhões no mesmo período da safra 2023/2024 (+33,25%). No acumulado até 1º de novembro, o etanol de milho somou 4,49 bilhões de litros, um crescimento de 27,80% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Vendas de etanol

No mês de outubro, as vendas de etanol totalizaram 3,03 bilhões de litros, o que representa uma variação positiva de 4,65% em relação ao mesmo período da safra 2023/2024.

No mercado interno, o volume de etanol hidratado vendido pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,82 bilhão de litros, o que representa um aumento de 6,27% em relação ao mesmo período da safra anterior. A venda de etanol anidro, por sua vez, atingiu a marca de 1,09 milhão de litros, avanço de 13,21%.

No acumulado desde o início da safra até o término de outubro, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 20,86 bilhões de litros, registrando crescimento de 14,38%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 13,49 bilhões de litros (+ 25,96%), enquanto o de anidro alcançou 7,37 bilhões de litros (-2,09%).

“Desde agosto de 2023, o preço do etanol hidratado na bomba ficou abaixo de 73% daquele registrado para a gasolina em São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná, oferecendo a possibilidade de descarbonização com economia aos proprietários de veículos flex-fuel. Como reflexo da competitividade do biocombustível, desde as vendas de etanol hidratado continuam registrando crescimento anual robusto, com aumento médio superior a 46% em 2024”, explicou Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA.

CBios

Dados da B3 até o dia 11 de novembro indicam a emissão de 36,04 milhões de créditos em 2024 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponível para negociação em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores totaliza 29,17 milhões de créditos de descarbonização.

“Somando os CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2024, já temos quantidade de títulos suficiente para o atendimento integral da quantidade exigida pelo Programa em 31 de dezembro deste ano”, destacou o diretor da UNICA.

 

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