O papel da agroindústria e a importância da inovação no agro

Por Giordania R. Tavares* – As boas projeções para o agro em 2023 chamam a atenção de toda a economia do país, segundo previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a recuperação da produção de soja, a colheita brasileira deve atingir o recorde de 296,2 milhões de toneladas neste ano, um aumento de 12,6% em relação a 2022. Já o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), estima que o PIB do setor deve avançar 8% ante recuo de 2% em 2022. Caso as projeções se confirmem, será o maior crescimento registrado do setor desde 2017, com alta recorde de 14,2%.

Com o Produto Interno Bruto beirando 25%, segundo estimou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mesmo abaixo dos 27% de 2021 – quando atingiu patamar recorde, ainda coloca o Brasil em evidência como uma das principais nações agrícolas do mundo.

Não é à toa que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aprovou uma unidade para fomentar a inovação entre o agro e a indústria. A chamada agroindústria é um segmento que contribui diretamente para o desenvolvimento do setor, com soluções tanto para o benefício econômico quanto o sustentável.

O potencial do agro exige novos investimentos e, quando as instituições nacionais incentivam e colocam em prática a adoção de novas tecnologias em parceria com a indústria, todos ganham.

Além de nanotecnologia, biotecnologia, sensores, equipamentos, metodologias de precisão digital integrada a Internet das coisas (IoT), existem outras possibilidades tecnológicas, como produtos para garantir o controle de qualidade, segurança no armazenamento e na integridade dos colaboradores em todas as etapas de produção, além da automação, que pode ser integrada à inteligência artificial.

Com passos rumo a mudanças significativas, a agroindústria, que tem participação de 5,9% no PIB segundo a Embrapa, promove transformação e integração relevantes entre o mercado e a economia, já que estimula, também, a utilização mais consciente dos recursos naturais.

Reconhecer que as diversas indústrias podem contribuir de alguma forma com soluções que vão elevar a produtividade, proteger o solo e economizar água é um grande passo para a redução de custos e fortalecimento de uma cadeia produtiva mais sustentável.

O Brasil tem todas as ferramentas necessárias para construir esse caminho longo e próspero para o agronegócio, com o apoio da agroindústria e demais players do mercado que tenham boas ideias e vontade de sustentá-las de forma inovadora e rentável.

*Giordania R. Tavares é CEO da Rayflex

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