Oito dicas para melhorar o uso de colheitadeiras de grãos

Por Marcos Werner*

O ano de 2019 já começou e, com ele, vem a expectativa do cumprimento das previsões feitas para o ramo agrícola em 2018. Inicia-se também um novo governo federal, que tem no estímulo ao agronegócio uma de suas principais metas. O otimismo com os mercados interno e externo está em alta. O desenvolvimento de um novo projeto de país passará diretamente pelo sucesso do setor.

Seguindo essas tendências, a previsão mais recente para a safra de grãos no Brasil, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), também é positiva. A colheita deverá atingir entre 233,7 e 238,3 milhões de toneladas em 2019 – a produção representa um aumento entre 2,5% a 4,5% em relação ao período anterior.

Tais condições reforçam a necessidade de investimentos em logística e, sobretudo, em infraestrutura. A última pesquisa de hábitos do produtor rural, promovida pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), apontou que 34,14% dos produtores pretende adquirir novos maquinários neste ano, incluindo colheitadeiras.

Diante de dados tão animadores, preparamos oito dicas práticas sobre como o produtor rural pode melhor utilizar seu maquinário no momento da colheita e aumentar as chances de atingir, ou até superar, a projeção da safra de grãos em 2019:

Cuide da parte da colheitadeira com maior potencial de perdas – A seção de uma colheitadeira que muitas vezes pode apresentar o maior potencial de perdas na colheita é a plataforma de corte. Por isso, o ideal é trabalhar com uma boa regulagem, sempre de acordo com a condição do solo, com o tipo de cultura e com a velocidade de colheita. Máquinas com plataformas Draper favorecem a produtividade, já que possuem esteiras de transporte no lugar do caracol e tratam os grãos colhidos com mais delicadeza, preservando a qualidade do material colhido.

O piloto automático é seu aliado – As colheitadeiras de grãos são máquinas grandes, robustas e que operam em velocidades consideradas baixas, se compararmos com outros veículos. Logicamente, quanto maior a área de colheita, mais tempo é dedicado a essa atividade. Para qualquer ser humano, é difícil estar atento durante 100% do tempo de colheita. Portanto, ao utilizar o piloto automático, o agricultor poderá preservar energias físicas e focar sua atenção em decisões estratégicas, que não a condução da colheitadeira.

A manutenção pós-safra é importante – Normalmente uma colheitadeira fica parada durante longos períodos após a colheita. Cuidar do equipamento antes de guardá-lo aumenta a sua vida útil e evita imprevistos na colheita seguinte. Como manutenção preventiva, vale ter atenção na limpeza e lubrificação das peças. Para colheitadeiras com plataforma Draper, é importante lembrar-se de soltar a tensão da peça. Mantê-la limpa vai proteger o equipamento da ação de agentes externos. Por fim, conhecer bem a máquina permitirá que o produtor rural faça a manutenção preditiva, ou seja, realize a troca de peças desgastadas antes que a colheitadeira pare de funcionar e fique fora de ação.

Regule o equipamento conforme o tipo de grão – Variar os ajustes de velocidade, tanto da colheitadeira, quanto de sua plataforma, de acordo com o tipo de grão plantado, pode influir diretamente na qualidade do grão colhido. O grão comercial permite uma colheita mais otimizada, enquanto para o grão semente, o mais indicado é uma operação de máquina mais suave e delicada.

Esteja presente, mesmo que à distância – A tecnologia embarcada nas máquinas de hoje em dia permite que o produtor rural desempenhe diversas funções sem sacrificar a atividade no campo. Hoje já é possível operar e monitorar uma colheitadeira à distância, e realizar ao mesmo tempo, por exemplo, tarefas administrativas da propriedade. Soluções como o Agcommand, componente de fábrica das colheitadeiras da Valtra, permitem que o agricultor acompanhe o rendimento da sua colheita de qualquer lugar, com um smartphone ou tablet.
Atenção na distribuição de palha pós colheita –
A dica é básica, mas é sempre bom lembrar: quanto mais uniformidade na distribuição de palha após a colheita, melhor será a retenção de matéria orgânica no solo. Isso influirá diretamente no plantio seguinte, que será feito em um solo mais úmido e bem nutrido, colaborando para o aumento na produtividade de grãos.

A qualidade dos grãos colhidos não depende somente da colheitadeira – Colheitadeiras de grãos ajudam a otimizar o trabalho no campo, para que a terra possa produzir mais em menos tempo. Porém, o maquinário não faz milagres. Uma boa colheita só será possível se todas as etapas do cultivo forem bem feitas. Tratar o solo, estar atento à qualidade das sementes e realizar cuidadosamente a aplicação de defensivos agrícolas são algumas das práticas que vão garantir que a colheita seja mais produtiva.

Priorize marcas com a melhor estrutura de pós-venda possível – Mesmo com todos os cuidados, depois de certo tempo a colheitadeira precisará de manutenção e, eventualmente, de troca de peças. Escolher uma marca que conte com uma vasta rede de concessionárias e trabalho personalizado de pós-venda, vai fazer com que o produtor rural tenha o amparo ideal em momentos como esse.

 

*Fonte: Marcos Werner é Supervisor de Marketing de Colheitadeiras AGCO América do Sul

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