Representantes da academia e do setor produtivo falaram sobre o tema durante encontro preparatório do EsalqShow
O segundo encontro preparatório da 4ª edição do EsalqShow, organizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) ocorreu nesta terça (22). A iniciativa foi realizada de forma online no YouTube da Esalq, e teve como tema “Oportunidades de otimização na logística de cana no Brasil”.
O encontro, moderado pelo professor José Vicente Caixeta Filho, do departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq, contou com a participação do coordenador técnico do Esalq-LOG Thiago Guilherme Péra, coordenador comercial da AGCO – América do Sul, Douglas Rocha, e do sócio fundador da Cromai, Marcos Fogagnoli.
A dinâmica do evento foi dividida em dois blocos, o primeiro expositivo, com acesso direto e interação via chat pelo YouTube e o segundo de debates, também gratuito, mas com necessidade de inscrições.
O encontro começou com uma breve introdução do coordenador técnico Thiago Guilherme Péra, sobre Ferramentas de otimização para logística da cana e o modelo ferroviário da Austrália para corte, transbordo e transporte (CTT). “A otimização da logística da cana-de-açúcar inicialmente está relacionada às tomadas de decisão que são necessárias para melhorar o custo-benefício na área da cana”. Segundo Péra, hoje em dia o emprego de uma torre de controle é tendência no sistema de produção de cana pois. “Esse modelo permite o acompanhamento em tempo real, planejamento integrado do campo, indústria e comercialização, além das tomadas de decisões a partir de um sistema programado de dados”.
Ferrovia
Thiago Péra abordou ainda o modelo australiano que utiliza transporte ferroviário. “Empregar o modal ferroviário é mais barato se comparado ao brasileiro”. Em sua fala, defendeu a implementação da ferrovia como meio de transporte no Estado de São Paulo. “Principalmente nas regiões de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto é possível aplicar esse modelo, em virtude do relevo plano, da malha ferroviária instalada, da proximidade com as áreas de plantação e unidades de produção”.
Na sequência, para abordar o tema colheita de alta performance, Douglas Rocha ressaltou que não existe um único segredo para garantir o alto rendimento na colheita da cana-de-açúcar. “É necessário olhar de maneira ampla as condições necessárias para obter uma colheita satisfatória de cana”. De acordo com Rocha, há que se considerar a eficiência operacional que está relacionada às condições do solo, manutenção mecânica, vida útil dos equipamentos, planejamento da colheita, produtividade.
“Um dos pontos mais importantes nesse processo é a proximidade com a liderança na propriedade. A participação ativa da liderança permite resolver os problemas encontrados da forma mais rápida possível”, complementa. Em outro trecho, o coordenador da AGCO abordou o avanço da sistematização das áreas de colheitas e o ganho adquirido pelo cliente com a utilização do piloto Automático. “Esse método possibilita maior performance, eficiência, qualidade e economia no processo da colheita”.
Drones
Encerrando o debate, Marcos Fogagnoli abordou a importância do uso de drones e sensores no planejamento de produção da cana, lembrando que os modelos mais empregados em campo são com maior autonomia de vôo. “Isso possibilita a obtenção de imagens e o chamado “mosaico”, um mapa georreferenciado que trata da matéria-prima para trabalhar com sensores e permite a análise a partir de inteligência artificial”.
Fogagnoli também abordou os produtos já existentes no mercado de sensores. “Possuímos a identificação de ervas daninhas na plantação de cana que informa a espécie e a área afetada, o sistema de falhas no plantio que localiza e quantifica vazios no canavial. Além disso, em processo de adaptação temos um sistema de identificação da impureza vegetal, além de outros dois sistemas que futuramente podem ser desenvolvidos que são de previsão de safra e maturação de cana”.
Para conferir o encontro na íntegra acesse aqui.