Plano Safra está pronto, mas depende do Congresso, diz ministra

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse, nesta segunda-feira (10/6), que o Plano Agrícola e Pecuário para safra 2019/2020 está pronto para ser anunciado. Mas depende da aprovação do projeto que permite ao governo contrair o crédito que garanta a equalização das taxas.

“Estou muito confiante de que a CMO (Comissão Mista de Orçamento) deve se reunir para aprovar e tem que se fazer uma sessão de Congresso que não deve ser amanhã (11/6), mas na quarta-feira (12/6). A gente está acompanhado de perto, mas é fundamental que se vote isso”, disse.

A expectativa do governo era anunciar o Plano Safra na quarta-feira (12/6). Mas o Congresso adiou a reunião para discutir o PLN 4/2019, que permite ao governo descumprir a chamada “regra de ouro” contrair crédito suplementar para despesas de diversas finalidades, como programas sociais e a equalização de juros no crédito para o agronegócio.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o Plano Agrícola e Pecuário para safra 2019/2020 está pronto para ser anunciado (Foto: Guilherme Martimon/MAPA)

Assim que a gente receber a sinalização de que o Congresso votou, é só uma questão de agenda para fazer o lançamento, mas ele já começa a acontecer”, garantiu a ministra.

Segundo ela, caso o PLN 4 não seja aprovado, o financiamento para o agronegócio ficará restrito às taxas de mercado, mais elevadas. Questionada sobre o Plano Safra ser anunciado em duas partes – uma com o montante de crédito livre e outra com o crédito direcionado – Tereza Cristina admitiu que essa ideia está sendo discutida. Disse, no entanto, que é um “Plano B” e não trabalha com essa possibilidade.

Certo é, segundo a ministra, que o plano não será como o desejado. “Não será o plano que a gente desejava, maior do que o do ano passado. Será mais ou menos do mesmo tamanho. Deve ter algumas modificações de taxas de juros, aumenta um pouquinho em um programa, diminui no outro”, afirmou.

A ministra destacou ainda que o novo plano terá “novas ferramentas” para os médios e grandes produtores, que tem mais facilidade de ir ao mercado tomar crédito. E garantiu, que o pequeno estará totalmente protegido. Mas não detalhou quais seriam essas ferramentas nem como o governo está planejando essa proteção ao produtor de menor porte.

Ataques
Tereza Cristina conversou com a imprensa após sua participação na abertura do evento One Agro, promovido pela Syngenta, em Campinas (SP). Em pronunciamento, a ministra rebateu críticas ao setor do agronegócio e defendeu que o setor precisa trabalhar unido para vencer o que chamou de guerra da comunicação.

“Tem 98% das coisas que nos fazemos que são boas, mas só levam esses 2% que, muitas vezes, não estão vinculados conosco. Toda vez que o Brasil precisou contar com o agronegócio, o setor esteve presente”, disse ela, no discurso.

Na avaliação da ministra, o agronegócio brasileiro vem sofrendo ataques infundados e não pode ser criminalizado. Lembrou que a produção agrícola do país aumentou 386% nos últimos 40 anos, com um crescimento de apenas 33% da área plantada no período. E a pecuária diminuiu a área.

“Eu acho que, no agronegócio, o Brasil caminha muito bem. Eu não posso entender porque denegrir a imagem de um setor que dá emprego, que cada vez usa mais tecnologia, tem mais preocupação com a sustentabilidade. Será que precisamos bater no agro desse jeito? Cidades também poluem”, disse.

Na avaliação da ministra, a agropecuária brasileira vem produzindo com cada vez mais qualidade, tecnologia e provando que sustentabilidade pode andar ao lado da produtividade. O país já é uma potência agrícola e pode se manter assim, ao mesmo tempo em que pode se tornar uma potência ambiental.

“O Brasil que funciona, hoje, está no nosso segmento. Gostaria que outros setores se juntasse ao nosso, mas, hoje, o que funciona e está dando resultados é o agronegócio”, disse ela.

Fonte: Globo Rural

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