Em evento realizado em Campina Grande (PB), Mapa e MCTI apresentaram resultados para a região
“A conectividade é fundamental para o desenvolvimento da agricultura brasileira, que é modelo mundial. Precisamos fazer com que ela chegue também aos pequenos produtores, para que eles tenham condições de ter mais renda, mais dignidade e uma vida mais feliz”, disse o ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes.
As ações do AgroNordeste Digital envolvem a criação e fortalecimento dos ecossistemas regionais de inovação; a promoção do empreendedorismo tecnológico; o incentivo às redes de aprendizagem e troca de experiências; e Conectividade Rural. Para desenvolver essas ações, no ano de 2022, foram priorizados os Ecossistemas Regionais de Inovação Agropecuária do Vale do São Francisco (PB), Vale do Jaguaribe (CE), Vale do Açu (RN); Oeste Baiano (BA) e no Cariri Paraibano (PB).
Nessas regiões, houve a mobilização e o envolvimento para dinamizar as iniciativas de base tecnológica. Além disso, foram realizados eventos e aproximação entre investidores e startups locais, a fim de levar apoio à profissionalização dessas empresas, sistematizando e consolidando todas as experiências.
Segundo o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa, Cléber Soares, o Agronordeste Digital visa promover o empreendedorismo, a inovação e o desenvolvimento de startups. “Também promove a conexão entre o produtor, os desafios do setor produtivo, os investidores, os institutos de ciência e tecnologia para levar mais riqueza, mais soluções tecnológicas e mais qualidade de vida ao homem do campo, especialmente do semi-árido brasileiro”.
Em outubro, como desdobramento concreto das ações já desenvolvidas será lançado um amplo chamamento de startups, a maior chamada de startups do agro da região, o Desafio de Startups para o AgroNordeste Digital, oportunizando articulação com investidores e amadurecimento das iniciativas regionais.
O Mapa também promoveu nesta terça-feira um Workshop de aproximação dos atores dos ecossistemas da região. O objetivo foi trocar experiências além de conhecer novas tecnologias que são utilizadas no Semiárido brasileiro.
Plano AgroNordeste
No evento também foram apresentados os resultados do Plano AgroNordeste, criado em 2019, para impulsionar o pequeno e médio produtor, por meio da integração de ações e políticas públicas, o desenvolvimento econômico, social e sustentável da Região Nordeste e do norte de Minas Gerais e Espírito Santo. “São vários ministérios envolvidos nesse programa, que é um sucesso. Já atendeu mais de 52 mil famílias, trazendo o desenvolvimento para o Nordeste, principalmente para os pequenos agricultures”, disse o ministro Marcos Montes.
Na Paraíba, o Plano foca sua ação no Cariri, trabalhando no desenvolvimentos das cadeias produtivas da ovinocaprinocultura (criação de ovinos e caprinos para a produção de carne, leite, couro e lã) de leite e corte.
Após mais de três anos de implementação, o AgroNordeste trouxe resultados como:
Em parceria com Banco do Nordeste, foram gerados 709 mil operações de crédito em 230 municípios, atingindo um total de R$ 12,5 bilhões investidos. Além do recém lançado Edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação, o Fundeci, dedicado a financiar projetos de transferência e difusão de tecnologia nos 16 territórios prioritários do AgroNordeste.
Com apoio do Senar, mais de 31 mil propriedades rurais já foram atendidas em 757 municípios, totalizando mais de 460 mil atendimentos.
A parceria com o Sebrae já beneficiou mais de 20 mil produtores em 50 mil atendimentos e 485 municípios
O Incra entregou 10.700 títulos de domínio em 651 projetos de assentamentos dentro dos territórios priorizados do AgroNordeste;
A Conab doou, por meio do PAB Doação Simultânea, mais de 64 mil toneladas de alimentos, beneficiando 537 mil agricultores familiares em 487 cidades nordestinas;
A Fundação Banco do Brasil fez um aporte ao projeto de agregação de valor e melhoria na produção de cajuína em três estados do Nordeste: Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte;
Em Campina Grande, com a parceria do INSA, está sendo implantado o Laboratório da Qualidade do Leite para monitoramento da qualidade do leite e derivados lácteos no Nordeste, que atenderá a todo o Nordeste;
A Embrapa produziu os diagnósticos de 13 territórios do AgroNordeste. A Embrapa Caprinos e Ovinos, com o apoio do Senar-PB, capacitou mais de 600 agentes de campo em sistemas de produção desses animais. Esses agentes foram a campo, no âmbito do AgroNordeste, multiplicando e transferindo os que aprenderam.
Houve a adesão ao SISBI-POA nos 11 estados que integram o território do AgroNordeste.
A primeira Indicação Geográfica de 2022 foi para o mel do Norte de Minas Gerais, área de abrangência do AgroNordeste;
Em Sumé, em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande, está sendo implantado o Projeto de Difusão de Tecnologias do Smart Farm, um monitoramento inteligente da atividade agropecuária com tecnologias 4.0.
Agricultura familiar
No âmbito das ações do Projeto Dom Helder Câmara (PDHC), o Mapa e o Insa assinaram o Termo de Execução Descentralizada (TED) para disponibilizar aos agricultores familiares do Semiárido palma forrageira resistente à cochonilha-do-carmim. A iniciativa irá contribuir para o aumento da oferta de alimentos à produção animal (bovinos, caprinos e ovinos), especialmente, nos períodos de estiagens longas que, em geral, inviabilizam a produção de outras forragens, sem a utilização de irrigação. O convênio beneficiará 800 famílias de agricultores familiares, selecionadas nos municípios da área de abrangência do PDHC.
Também foram entregues certificados para professores e alunos das universidades federais de Campina Grande (UFCG), da Paraíba (UFPB) e do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) beneficiados pelo Programa de Residência Profissional Agrícola (AgroResidência).O programa apoia a formação de jovens profissionais com competências necessárias para atuação na agropecuária brasileira, favorecendo a inserção desses jovens no mercado de trabalho e contribuindo para o desenvolvimento da agricultura brasileira.
O ministro Marcos Montes destacou a importância da formação dos jovens para o setor agropecuário brasileiro. “Sou médico de formação e professor universitário, e sei da importancia para os jovens saírem da universidade para poder enfrentar o mundo mais preparado e com uma ajuda de custo. Vamos precisar muito da formação de vocês”
Atualmente o Mapa apoia projetos de 56 instituições de ensino em todo o país, aplicando R$ 24,6 milhões. Esse recurso é destinado principalmente ao pagamento de bolsa aos jovens profissionais durante o período de residência. A região nordeste é a maior beneficiária do Programa AgroResidência, recebendo cerca de 40% do recurso destinado ao apoio de projetos.
Durante a cerimônia, ainda foram entregues peças técnicas aos beneficiados pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (Terra Brasil – PNCF). O PNCF Terra Brasil oferece condições para que os agricultores sem acesso à terra ou com pouca terra possam comprar imóvel rural por meio de um financiamento de crédito rural.
O Mapa e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) também fizeram a entrega de títulos de reforma agrária e de regularização fundiária.
Leite de Cabra
O ministro Marcos Montes também anunciou a criação do Grupo de Trabalho de revisão da Instrução Normativa N. 37, de 31 de outubro de 2000, que estabelece o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite de Cabra.
O objetivo é estimular a produção de leite de cabra com qualidade e a formalização de empreendimentos, ampliando as possibilidades de acesso a mercados, aumentando a competitividade da pecuária regional especialmente no semiárido, e trazendo mais oportunidades de emprego e renda para os que estão se organizando em torno da atividade da pecuária leiteira de caprinos no Brasil.
Semiárido brasileiro
O Semiárido Brasileiro se estende pelos nove estados da região Nordeste (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) e também pelo norte de Minas Gerais. No total, ocupa 12% do território nacional e abriga cerca de 28 milhões de habitantes divididos entre zonas urbanas (62%) e rurais (38%), sendo portanto um dos semiáridos mais povoados do mundo. Trata-se de uma região rica sob vários aspectos: social, cultural, ambiental e econômico, e é nela que o Instituto Nacional do Semiárido (INSA) atua.
Também participaram do evento o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, o presidente do Incra, Geraldo Melo, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, o secretário adjunto de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Nelson Andrade, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a diretora do Insa, Mônica Tejo, a secretária municipal de Ciência e Tecnologia de Campina Grande, Larissa Almeida, e o superintendente de Agronegócio do Banco do Nordeste Luiz Sérgio Farias Machado.