Safra de verão: a hora do plantio

 

Por Vinícius Cunha*

No Brasil, a agricultura está no momento de realizar uma das ações mais importantes para a safra de verão: o plantio. É durante esse período que a população de plantas é definida, de acordo com o ajuste de cada região de cultivo. O sucesso de um plantio eficiente vem do entendimento sobre os diversos fatores que estão envolvidos no processo.

As tecnologias disponíveis no mercado proporcionam aos produtores o potencial ideal para o alcance de altos níveis produtivos. Porém, é necessário conhecimento para utilizar essas soluções, aplicá-la de forma compatível por hectare e atingir o sucesso no plantio. E isso vale para todas as culturas. Por isso, alguns fatores compõem esse ciclo, sendo alguns deles definidos antes ou depois da ação propriamente dita. Por exemplo:

  • Plantio direto com rotação de culturas: é o alicerce de qualquer sistema de produção que busque um índice produtivo elevado. É responsável também por manter uma área produtiva ao longo dos anos, pois permite a conservação do solo, da água e dos nutrientes;
  • Zoneamento agrícola de risco climático (ZARC): é uma ferramenta de auxílio para os produtores gerirem o plantio e realizá-lo em épocas com menor chance de redução da produtividade por condições adversas como seca, geada, granizo e alta temperatura;
  • Época de plantio: o governo brasileiro disponibiliza uma plataforma para gerir esse importante fator e que pode ser acessada no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para entendimento de sua importância, a época de plantio deve ser aquela em que a captação de luz solar pelas plantas aumenta, bem como aquela em que a temperatura e a umidade do solo são favoráveis para a germinação das sementes;
  • Qualidade de sementes: a semente utilizada deve ser certificada, garantindo valores de vigor e germinação elevados, que irão permitir um desenvolvimento uniforme. Além desses aspectos, deve-se sempre atentar para a qualidade fitossanitária e física do produto, como impureza, tamanho, umidade, peso de mil sementes, e, claro, da qualidade genética que contém o potencial de produtividade;
  • Tratamento das sementes: é sempre importante uma avaliação criteriosa do seu uso, mas é difícil pensarmos em implantar uma lavoura sem tratamentos de sementes com fungicidas, inseticidas e inoculantes. Tanto inseticidas como fungicidas protegem a semente de ataques no solo, principalmente em situações em que o plantio ocorre em condições adversas de umidade e temperatura. Os inoculantes visam disponibilizar nutrientes e outros compostos, melhora ndo o desenvolvimento e reduzindo custos. Hoje, boa parte dos produtores busca por soluções para uma inoculação mais eficiente e ágil, como a aplicação no sulco de semeadura;
  • Genética: a genética define, por exemplo, o número de sementes a serem depositadas no sulco, bem como a sua resistência a condições meteorológicas adversas e resistência a insetos, doenças e herbicidas;
  • Adubação: podemos dizer que esse é o “alimento” da planta. Há diversas formas de adubação: mineral, orgânica, foliar e biológica. A forma mais tradicional é a mineral, em que parte ou o total da adubação pode ser feita a lanço ou no sulco de semeadura. De modo geral, a adubação no sulco é mais eficiente, pois o fertilizante lá depositado estimula o desenvolvimento radicular. Por é m, muitas vezes a adubação a lanço se faz necessária, para melhorar a logística durante o plantio e garantir que seja finalizado dentro da janela mais adequada. A adubação foliar é utilizada, normalmente, para disponibilizar micronutrientes, quando há demanda, enquanto que a adubação orgânica e biológica vem recentemente ganhando força e apresentando bons resultados. A inoculação pode ser considerada uma forma de adubação biológica, pois disponibiliza nitrogênio para muitos cultivos;
  • Máquinas agrícolas: devem garantir o sucesso na distribuição correta das sementes no sulco, ou seja, se estão depositadas na mesma profundidade, com espaçamento uniforme no sulco, sem falhas ou duplas, ao longo de todo o terreno, mesmo que tenha topografia acidentada e sem sobreposição das passadas. Para manter essa qualidade, é necessário atentar para a capacidade operacional da máquina, pois quando desejamos acelerar a operação para encerrá-la dentro da janela de plantio, o aumento da velocidade pode reduzir a qualidade do plantio, diminuindo também o potencial produtivo da lavoura. Assim, é importante adequar o número de máquinas ao tamanho da área, evitando o aumento excessivo da velocidade de operação. Um plantio que atenda a esses requisitos racionaliza o uso desses recursos. A tecnologia empregada nas plantadeiras atuais permite um plantio mais eficiente, por meio do uso de informações agronômicas para planejar aspectos relacionados a taxa de sementes, bem como fazer o monitoramento em tempo real da operação, aliado a tecnologias que entregam distribuição adequada das sementes.

A AGCO, por meio de suas marcas Massey Ferguson, Valtra e Fendt, e concessionários, oferece um pacote de soluções agronômicas chamado Farm Solutions, que visa ajudar o agricultor a fazer um uso mais eficiente dos recursos e insumos de produção, integrando pessoas, máquinas e processos, de modo que a tecnologia possa ser utilizada em 100% de sua capacidade, limitada apenas pelo conhecimento aplicado por hectare.

Na etapa de plantio, a solução cria recomendações para torná-lo mais eficiente, como qual o melhor sentido de plantio; prevê pontos de parada para abastecimento dos maquinários; permite a utilização de tráfego controlado de máquinas, diminuindo compactação e erosão do solo; faz recomendações para semeadura e adubação em taxa variável; possibilita criar mapas interpolados para avaliação do plantio realizado; e monitora em tempo real o padrão agronômico e operacional do plantio.

*Vinícius Cunha é coordenador de Farm Solutions da AGCO América do Sul

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