Serra Catarinense é a nova aposta para produção de cereais de inverno

A Serra Catarinense está se tornando a nova fronteira agrícola de Santa Catarina. A região, antes conhecida pelas grandes áreas de pastagens, agora expande as terras destinadas à lavoura e a produção aumenta em ritmo acelerado. Nesta segunda-feira,17, o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, esteve em Lages para reforçar as parcerias com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e conhecer de perto as pesquisas e inovações voltadas para o fortalecimento do setor produtivo.

“A região serrana pode ser o ponto de partida para o trabalho de pesquisa e desenvolvimento de cereais de inverno. O agronegócio de Santa Catarina tem grandes evoluções, mas possui um gargalo: a curva decrescente de produção de cereais para ração. A economia catarinense depende muito de grãos para suas atividades econômicas, principalmente para produção animal. Precisamos avançar bastante e eu vejo que a Udesc e a Epagri, juntas, podem dar uma contribuição extraordinária nesse campo”, destaca Altair Silva.

A intenção da Secretaria da Agricultura é estreitar as relações com o Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV/UDESC) para estimular as pesquisas em conjunto, voltadas para resolução de questões específicas do agronegócio catarinense. “Estamos apoiando e investindo para que os produtores tenham acesso à tecnologia e possam ampliar a produção. No nosso Estado, 70% de tudo o que exportamos tem origem no agronegócio e isso demonstra a importância desse setor que gera trabalho e renda para os catarinenses”,  o governador Carlos Moisés.

Segundo o diretor-geral da Udesc Lages, Clóvis Eliseu Gewehr, a principal contribuição da universidade se dará pela formação de profissionais e pela geração de conhecimento. “Traçamos alguns pontos e vamos fomentar essas ideias e projetos para que possamos melhorar o setor primário de Santa Catarina”.

Cereais de inverno

A região de Lages tem tradição no cultivo de aveia, utilizada para alimentação animal no inverno. As terras, usadas para o plantio de grãos no verão, dão espaço para as pastagens e para a criação de bovinos e ovinos nas épocas mais frias do ano.

A combinação lavoura no verão e cereais no inverno está sendo incentivada também em outras regiões do estado. A Secretaria da Agricultura está investindo R$ 5 milhões para estimular o cultivo de trigo, triticale, centeio, aveia e cevada em Santa Catarina. “Queremos que os agricultores sejam estimulados a investir no cultivo de cereais de inverno para fabricação de ração em Santa Catarina, criando uma nova cultura de ocupar as lavouras também no inverno. Estamos com boas expectativas para essa safra e acreditamos que podemos avançar ano a ano”, destaca o secretário da Agricultura, Altair Silva.

Com o Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos, os produtores receberão uma subvenção de R$ 250 por hectare efetivamente plantado com cereais de inverno, em um limite de 10 hectares por agricultor. A intenção é ampliar em 20 mil hectares a área cultivada em todo o estado na safra 2020/2021.

Produção de soja

Segundo as estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), na safra 2020/21 os produtores da região devem colher 218,2 mil toneladas de soja em 61,2 mil hectares plantados. As lavouras do grão ganham mil hectares por ano nos Campos de Lages, principalmente na Coxilha Rica.

Inovação e tecnologia

Na Estação Experimental da Epagri de Lages, o secretário Altair Silva pode acompanhar as mais recentes pesquisas e projetos para bovinocultura, ovinocultura e melhoramento de pastagens. A unidade desenvolve ainda trabalhos no melhoramento de campo nativo, avaliação de forrageiras e pastagens perenes, recursos genéticos, sanidade e reprodução animal e recursos florestais.

Produção de lúpulo

Para diversificar a produção e garantir mais renda na propriedade, os agricultores da região serrana estão apostando na produção de lúpulo. Com o apoio da Cervejaria Ambev, os produtores recebem as mudas para iniciar o cultivo e conseguem entrar no mercado para comercialização. A planta é matéria prima para fabricação de cervejas artesanais e tem uma grande valorização no mercado.

Fonte: Governo de Santa Catarina

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