Silo bolsa é alternativa durante construção de armazenamento definitivo

O Brasil enfrenta um desafio estrutural que ameaça a eficiência do setor: a incapacidade de armazenar adequadamente os grãos produzidos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o IBGE, o déficit atual na capacidade estática de armazenagem é de 110 milhões de toneladas, e pode alcançar 170 milhões até 2030. Esse cenário decorre do descompasso entre o crescimento anual da produção agrícola, de 5%, e o aumento na capacidade de armazenamento, que cresce apenas 3%.

Os silos estáticos são a base de um sistema eficiente de armazenagem, garantindo a preservação da produção agrícola por longos períodos, com controle rigoroso de temperatura e umidade. Contudo, sua construção envolve investimentos elevados e um prazo que pode se estender por até 14 meses.

Durante esse intervalo, os produtores muitas vezes enfrentam a urgência de armazenar suas safras, especialmente em períodos de alta colheita. Diante desta necessidade, o silo bolsa se apresenta como uma solução provisória e eficaz, funcionando como um apoio estratégico até a conclusão das estruturas permanentes.

Sem pretender substituir os silos estáticos, ele atende à demanda emergencial dos produtores, oferecendo rapidez e flexibilidade. Com capacidade média de até 200 toneladas, o silo bolsa é fácil de implementar, exigindo apenas uma área compactada e limpa, além de máquinas específicas como embolsadeiras e desembolsadeiras.

Produção de grãos 2024/25 é estimada em 322,3 milhões de toneladas

O especialista Tadeu Vino, engenheiro agrícola e parceiro da empresa Nortène reforça que essa alternativa é ideal para períodos de colheita, nos quais os grãos precisam ser armazenados de forma rápida e segura, evitando perdas e garantindo a continuidade do processo produtivo. Entre os grãos que podem ser armazenados estão milho, soja, trigo, sorgo e arroz, além de silagem para alimentação animal.

Planejamento

É importante destacar que o processo de construção do silo metálico exige planejamento antecipado e recursos financeiros. A linha de crédito PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) é uma das opções disponíveis, mas sua disponibilidade nem sempre cobre todo o ano safra, o que pode atrasar projetos e aumentar a demanda por alternativas como o silo bolsa.

Embora o silo bolsa seja uma solução prática, seu uso requer também atenção a detalhes técnicos. Os grãos devem estar secos e limpos, com umidade máxima de 14%, para evitar deterioração.

“Recomendamos o monitoramento periódico da temperatura e umidade, fundamental para preservar a qualidade até que possa ser transferido para os silos estáticos ou transportado para venda”, ressalta Vino. “Quando utilizado de maneira adequada, o silo bolsa não apenas protege a produção, mas também ajuda a classe agrícola a ganhar tempo até que suas estruturas permanentes estejam disponíveis”, completa o especialista.

Expansão e relevância no cenário agrícola

A adoção do silo bolsa é particularmente expressiva no Centro-Oeste, onde a expansão agrícola e o rápido aumento da produção exigem soluções ágeis. Sua flexibilidade o torna uma ferramenta estratégica tanto para pequenas quanto para grandes fazendas.

Embora o Brasil ainda não ofereça incentivos diretos para a aquisição de silos bolsa, o financiamento das máquinas necessárias por meio de programas como o Moderfrota tem viabilizado sua adoção. “A tecnologia é uma solução que combina custo-benefício, rapidez e eficiência, permitindo ao produtor maior controle sobre sua safra e oportunidades para melhores negociações no mercado”, conclui Vino.

 

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