Tecnologia digital para produtores de pequeno a grande portes

O acesso à agricultura digital e de precisão para o pequeno, médio e grande produtor rural foi o assunto que abriu o terceiro dia de debates na Agrishow Experience, evento que ocorre de forma totalmente virtual.  Os especialistas Rafael Antonio Costa (gerente de Desenvolvimento e Negócios  da Precision Planting), Vinicius Faião (líder  Comercial na Climate FieldView), Alexandre Dal Forno (head de Marketing Corporativo & IoT da TIM Brasil), e Carlos Aguiar Neto (diretor de Agronegócios do Santander), com moderação de Fernando Degobbi (Sambonovich – diretor-presidente da Coopercitrus), falaram de novidades nessa área e dos desafios que ainda enfrentam para implantar soluções no campo.

A Climate Fieldview apresentou o Fieldview Drive, um dispositivo que coleta tanto dados de campo quanto do equipamento. Ele conecta a máquina com o tablete na cabine via bluetooth, gerando mapas e relatórios em tempo real. Uma das vantagens do produto, segundo o líder comercial da empresa, Vinicius Faião, é o fato dele trabalhar off-line, principalmente em áreas sem acesso à internet. “Ele faz esse trabalho sem a necessidade de conectividade. Quando chega perto do sinal 4G, na sede a propriedade, por exemplo, ele consegue subir essas informações para a nuvem”, explica.

Alexandre Dal Forno (head de Marketing Corporativo & IoT da TIM Brasil) destacou que hoje muitas máquinas já têm tecnologia embarcada, com uma grande quantidade de informações para ser retiradas, mas que a questão da conectividade ainda impede o uso maior desses dados. O executivo lembra que a empresa foi pioneira em levar para o campo a tecnologia 4G, por meio do “TIM no Campo”, que opera na frequência 700MHz. No ano passado, foram 5,1 milhões de hectares de áreas rurais cobertas. “A empresa está focada em oferecer soluções que aumentem a eficiência e a produtividade no campo.”

O executivo conta que o modelo 4G foi desenhando pensando em reunir as mesmas condições de acesso que se têm nas cidades à área rural, por meio de instalação de antenas nas fazendas, com alcance de 15 mil até 40 mil hectares de cobertura. O desafio agora, conforme Dal Forno é viabilizar a conectividade para pequenos e médios produtores rurais, principalmente de áreas mais remotas do País. “A pandemia atrasou um pouco os planos de negócios para esse público, mas queremos apresentar um modelo até o final do ano”, informa.

Para viabilizar a digitalização no campo, o mercado financeiro já dispõem de linhas de crédito exclusivas para o produtor. Carlos Aguiar Neto, diretor de Agronegócios do Santander, explica que, desde 2015 o banco tem enxergado o setor como um dos pilares para o crescimento sustentável das operações da instituição. Nesses cinco anos, das mais de duas mil agências do Santander no Brasil, 300 já são vocacionadas para o agro, além de contar com mais de 40 pontos de atendimento em áreas antes não atendidas, como no Nordeste e Centro-Oeste do País. “Com esse investimento, conseguimos aumentar o volume emprestado ao agronegócio de R$ 6 bilhões, em 2015, para R$ 23 bilhões esse ano”, assinala.

Aguiar Neto acredita que esse volume poderia ser maior, se houvesse uma mudança no manual de crédito rural, hoje em vigor. “Existe um trabalho muito sério para que o crédito rural seja 5.0”, explica. Ele diz que faz parte de uma comissão na Febraban que reúne lideranças do setor para promover uma reforma completa no manual de crédito rural.

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