Venda de máquinas agrícolas bate recorde na Expointer

Faturamento do setor superou R$ 6,5 bilhões, valor 159% acima do registrado na edição de 2019, última sem restrições sanitárias

O otimismo se confirmou e ultrapassou todas as expectativas. O setor de máquinas e implementos agrícolas movimentou R$ 6.598.851.000 em negócios na 45ª Expointer, recorde histórico de vendas, superando as previsões anteriores ao evento, de que poderia chegar aos R$ 4 bilhões.

O setor segue sendo o maior responsável pelo faturamento da Expointer, com o equivalente a 93% do total de vendas da feira, que teve um total de R$7.145.626.026,21 em comercializações. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (SIMERS), Cláudio Bier, o crescimento significativo dos números se deve a três principais fatores. “A tecnologia embarcada e a qualidade das máquinas entusiasmaram os agricultores gaúcho, brasileiros e até do exterior que vieram ao nosso parque. E teve a inflação, a alta dos preços do maquinário foi pressionada, também, pela falta de insumos, como o aço”, avalia. “Mesmo assim fomos surpreendidos pela grande procura”, reconheceu o dirigente.

O volume representa um aumento de 159,2% em relação a 2019, última edição sem restrições, que comercializou R$ 2,546 bilhões. Bier afirmou que um dos atrativos do Parque das Máquinas foi a possibilidade de o consumidor comparar as diferentes opções de maquinário. “Estão todas ali, lado a lado. Ele passa, se agrada e avalia as vantagens de cada uma. É uma disputa sadia onde quem ganha é o produtor rural”.

O público que lotou o Parque Assis Brasil durante nove dias também movimentou estandes e ruas do Parque de Máquinas e as 1.800 vagas de estacionamento do SIMERS. “O nosso produtor também estava sequioso para ver os lançamentos e novas tecnologias. Somos o setor dos grandes negócios da feira e, sem medo de errar, o mais importante”, declarou Bier, empresário há 40 anos e, desde 2001, uma liderança do setor frente ao Simers. “A Expointer 2022 foi o coração do agronegócio brasileiro e o maior player da América Latina, não se encontra feira com essa magnitude”, comemorou.

As vendas diretas foram de aproximadamente R$ 1,8 bilhão. “Esse dado mostra a pujança do nosso Estado, bem mais da metade das vendas diretas foram à vista”. Do total de financiamentos negociados na feira, cerca de R$ 1 bilhão foram obtidos junto ao Banco do Brasil, seguido pelo Badesul, com R$ 900 milhões. O Banrisul financiou R$ 861,6 milhões, a Caixa outros R$ 737 milhões e o BRDE R$ 483 milhões. Via Santander, foram R$ 459 milhões, seguido pelo Sicredi, com 125 milhões e Cresol com R$ 55,251 milhões e mais R$ 1 bilhão foram obtidos junto a outras cooperativas. Atualmente, a indústria não dispõe de estoque para pronta-entrega. “Nós vendemos máquinas para entregar em fevereiro de 2023, se a taxa de juros fosse menor o comprador receberia só na próxima Expointer”, arriscou Cláudio Bier.

Atualmente, cerca de 65% das máquinas e implementos agrícolas fabricados no país são produzidos pelas indústrias do Rio Grande do Sul. Os maiores polos estão localizados nas regiões Norte e Noroeste do Estado. O mercado gaúcho absorve 11% de toda a produção, enquanto o restante é comercializado Brasil afora.

O otimismo do presidente do Simers já projeta a Expointer 2023. “Ano que vem vamos chegar aos R$ 10 bilhões”, arriscou. Na 45ª Expointer, o SIMERS contou com o patrocínio do Banrisul, Caixa, BRDE, Sicredi e Sebrae.

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