Venda de máquinas agrícolas cai 11,6% de janeiro a abril, diz Anfavea

Em abril, foram vendidas 4.210 unidades, um aumento de 8,9% em comparação com o mês anterior; exportações tiveram queda de 34,9% no acumulado do ano

Clarisse Sousa – As vendas de máquinas agrícolas registraram queda de 11,6% de janeiro a abril, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta terça-feira (21).

Em abril, foram comercializadas 4.210 unidades, representando um aumento de 8,9% em comparação com o mês anterior (3.867 unidades). Entretanto, em comparação com abril do ano passado, houve queda de 1,7%.

Entre os fatores que explicam esses resultados estão o custo das commodities e as condições de financiamento, conforme explicou a vice-presidente da Anfavea, Ana Helena Andrade. “Nós tivemos um longo período do ano safra, que vai de julho de 2023 a junho 2024, com financiamentos do Plano Safra fechados. Os recursos se esgotaram rapidamente. Isso também influenciou para essa performance abaixo do que registramos nos últimos dois anos.”

Tratores pequenos e médios ganham cada vez mais espaço no mercado brasileiro

No ano passado, problemas com o clima e financiamento frearam a aquisição de novos equipamentos pelos produtores, resultando em uma desaceleração na renovação da frota. As vendas diminuíram 13,2%, totalizando 60.981 unidades, em comparação com 70.262 unidades em 2022. Desde então, o setor de máquinas e equipamentos agrícolas tem enfrentado uma queda significativa nas vendas.

Exportações

De acordo com a Anfavea, as exportações de máquinas agrícolas apresentaram uma queda de 34,9% no acumulado do ano, totalizando 2.077 unidades, em comparação com o mesmo período de 2023, que registrou 3.189 unidades. Em relação a abril do ano anterior, a redução foi ainda mais expressiva, atingindo 37%.

Embora o mês de abril tenha registrado um aumento de 10,5% em relação ao mês de março, a Anfavea não considera esse aumento um indicativo de uma mudança no cenário das exportações de máquinas.

Para Ana Helena, trata-se de uma “queda significativa”. Segundo ela, “quando falamos que estamos enfrentando questões de preços de commodities no mercado internacional, nossos clientes de outros países também enfrentam essa redução de renda devido à queda do preço de seus produtos no mercado internacional. Esse é um fator que pesa muito na decisão de investir. Quando a renda diminui, a propensão ao investimento também diminui.”

Ela também apontou os impactos dos problemas climáticos nas exportações. “Essas questões também ocorrem em outros países, impactando diretamente a produção e a produtividade. A indústria agrícola é altamente vulnerável às condições climáticas”, disse.

“Temos certeza de que essa queda não se deve à falta de tecnologia das máquinas. Não estamos perdendo mercado porque outros países estão importando máquinas com mais tecnologia. Não é por isso. Nossa visão é que esses dois aspectos, que impactam a renda do agricultor, estão contribuindo para a redução da demanda em outros países”, explica Ana Helena.

Para reverter essa redução, “o Brasil precisa agregar competitividade e oferecer melhores opções de financiamento e soluções financeiras, para que os agricultores se sintam mais atraídos a comprar aqui”, concluiu.

 

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