Entidade prevê queda de 15% na comercialização de máquinas e implementos agrícolas em 2024
De acordo com o documento, houve queda de 21,3% na receita líquida total nos primeiros três meses do ano, que somou R$ 56,6 bilhões no período. Dentre os segmentos, o pior desempenho foi no agrícola, indústria de transformação e infraestrutura e indústria de base.
No mercado doméstico, o setor acumulou queda de forma geral de 21,9%, mas com estabilidade na receita de vendas de componentes para bens de capital e crescimento nas de máquinas para logística e construção civil.
A expectativa é de que ao longo do ano, esses setores e mais os de infraestrutura e a indústria de transformação registrem resultados melhores, contribuindo para aumento dos investimentos em 2024. “Fatores como eleições municipais, obras relacionadas ao PAC e políticas públicas recentemente anunciadas têm o potencial de direcionar o país a um novo ciclo de investimentos”, diz o documento.
Por que a telemetria é a chave para a agricultura do futuro
De acordo com o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA), Pedro Estevão Bastos de Oliveira, já era esperado um primeiro trimestre mais difícil em função do Plano Safra.
“Hoje, há financiamentos com taxas de 15%, o que dificulta a vida do produtor, e o novo Plano Safra só entra em vigor em julho, mas temos feito nossas sugestões para ter um plano safra robusto”, diz.
Segundo Estevão, o setor solicitou ao governo R$ 36 bilhões em recursos para o Plano Safra 2024/2025, sendo em R$ 26 bilhões para o Moderfrota, incluindo valores para o médio produtor (Moderfrota Pronamp), e R$ 10 bilhões para o Pronaf.
Para 2024, a Abimaq projeta uma queda de 15% nas vendas, eme meio ao cenário de desvalorização das commodities e problemas com o clima.
Exportações e importações
O primeiro trimestre de 2024 também foi marcado por queda das exportações, com destaque para os setores de máquinas para agricultura, que viu o resultado encolher 23%, e máquinas para logística e construção civil, cuja retração foi de 15%. Juntos, esses dois segmentos representam mais de 40% do total exportado pela indústria brasileira de máquinas e equipamentos.
Em relação às importações, o mês de março registrou crescimento nas vendas. No mês de março, foram importados US$ 2,4 bilhões em máquinas e equipamentos, contra US$ 2,1 bi em fevereiro de 2024. No ano, as importações foram equivalentes a US$ 6,9 bilhões, um crescimento de 6,1% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
“Essa conjuntura está ruim, mas estruturalmente, tanto o Ministério da Agricultura, quanto a Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) e o FDA (Food and Drug Administration) dizem que o Brasil teria que aumentar de 25% a 30% as exportações de alimentos em dez anos e, para isso, teríamos que aumentar cerca de 25% a 30% a área plantada. Para isso, é necessário mais investimentos em máquinas”, finaliza.
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