A Aliança AgroBrazil da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu, na terça (13), para discutir com as associações do setor formas de ampliar a participação do agro no mercado asiático.
Os dois principais temas foram o 14º Plano Quinquenal da China que prevê metas para o desenvolvimento do país no período de 2021-2025, e o Acordo Comercial Mercosul-Coreia do Sul.
O diretor geral do Escritório da InvestSP na China, José Mário Antunes, falou sobre o plano da China, com destaque para quatro áreas: tecnologia e inovação, equilíbrio da oferta com demanda externa e interna, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.
“O produto brasileiro tem posição cativa na China, não apenas por termos a capacidade de atender com quantidade e qualidade o mercado, mas por sermos um parceiro estratégico do chinês. Mesmo com o estreitamento das relações com os Estados Unidos, não acredito que vamos perder espaço porque o mercado chinês continua crescendo”, disse.
Antunes ressaltou que os chineses têm interesse nos produtos brasileiros, principalmente os que possuem valor agregado. “Acredito que a China ainda vai dar espaço ao Brasil por muitos anos. Mesmo nesse momento crítico de pandemia, é importante estreitar as relações com o país e com a Ásia como um todo.”
O vice-presidente de Relações Internacionais da CNA e presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, destacou a importância do mercado chinês para o produtor rural brasileiro e as características da produção agropecuária no Brasil que possibilitam atender esse mercado.
“A classe média que mais cresce no mundo é a chinesa, isso significa mais pessoas exigindo o consumo de mais produtos e isso será ótimo para nós.”
Camila Sande, coordenadora de Promoção Comercial da CNA, falou sobre os resultados do projeto Agro.BR em 2020. Ela afirmou que o projeto realizou rodadas de negócios em 2020 e a previsão é promover mais em 2021.
“Também iremos lançar o Projeto Aterrissagem em parceria com a InvestSP, que trará um passo a passo para os empresários brasileiros acessarem o mercado chinês, além de focarmos em estratégias setoriais de atuação, com estruturação do plano para exportação, treinamento e ação,” disse.
O grupo também discutiu o futuro Acordo Mercosul-Coreia do Sul, apresentado por Pedro Rodrigues, assessor técnico de Relações Internacionais da CNA. Pedro falou sobre as características do mercado sul-coreano e mostrou um comparativo entre os principais acordos já firmados pela Coreia do Sul com outros países. De acordo com ele, somente um acordo amplo conseguirá garantir o acesso dos produtos agropecuários brasileiros.
“O mercado sul-coreano é muito importante para o agro brasileiro e o acordo com o bloco deve ser impulsionado por todas as entidades do setor”, destacou a diretora de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra.