Corpo técnico da entidade se reuniu com adidos agrícolas de 20 países, dentre os quais da Holanda, Argentina, Canadá, Nova Zelândia, Dinamarca, entre outros
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, nesta terça-feira (06), um encontro com adidos agrícolas que compõem o grupo Diplomatas da Agricultura do Brasil (DAB) para apresentar o trabalho do Sistema CNA/Senar e discutir temas como o uso de tecnologias sustentáveis na produção agropecuária brasileira. O encontro teve a participação de aproximadamente 20 países entre Holanda, Argentina, Canadá, Nova Zelândia, Dinamarca, entre outros.
“Nossa agricultura é nova, estamos nesse cenário há 30 anos, mas nossa participação é extremamente importante no mercado mundial. O mundo sabe que pode encontrar no Brasil a segurança de ter um produto de qualidade”, afirmou o vice-presidente de Relações Internacionais da Confederação, Gedeão Pereira, que abriu o encontro.
O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente, Muni Lourenço, também participou da abertura e destacou que a pauta ambiental e climática é prioridade para o produtor brasileiro e para a CNA.
“Ao longo dos anos, os produtores investiram e fizeram todos os esforços para aumentar a produtividade em sintonia com a sustentabilidade ambiental. Hoje ocupamos uma posição de destaque na produção de alimentos devido à incorporação de novas tecnologias. Temos clareza que não há contradição entre produzir alimentos e a sustentabilidade ambiental.”
Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, falou do compromisso do produtor rural com o uso da terra a partir da adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono e do cumprimento do Código Florestal. Segundo Lucchi, o produtor brasileiro quer lançar um pacto global em prol da segurança alimentar mundial via produção sustentável de alimentos.
“Precisamos qualificar o debate sobre a agropecuária e mudanças do clima reforçando o papel da ciência na busca por inovação, adaptação e redução de emissões de carbono em torno do processo produtivo”.
O encontro também contou com a apresentação de “cases” das cadeias produtivas da pecuária, grãos e cana-de-açúcar.
O presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne, Caio Penido, falou sobre sua experiência como produtor e os projetos que envolvem a produção sustentável de carne bovina no estado, como o Sistema Eletrônico de Informação da Indústria da Carne (SEIIC) e o Observatório da Carne de Mato Grosso.
Para Ricardo Arioli, presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, o encontro foi uma oportunidade de encurtar o diálogo entre produtores e diplomatas. Ele afirmou que a produção de grãos no país é feita em sistemas produtivos que evitam abertura de novas áreas, como o plantio de segunda safra.
“O Brasil é o maior produtor de soja do mundo, mas em 20 anos produzindo grãos, deixamos de ocupar uma área de 58,4 milhões de hectares com esses sistemas produtivos.”
Já o presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, Enio Fernandes, destacou que a estimativa da produção brasileira na safra 2021/2022 é de 628,1 milhões de toneladas.
“Em 10 anos crescemos a área plantada em 1% e a produção em 12%. Quase metade da energia produzida no Brasil é renovável. A gente não discute, mas sim pratica sustentabilidade. Os dados mostram nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental.”
Fernandes citou o programa Renovabio e o CBios, que são créditos de descarbonização emitidos por cada tonelada de dióxido de carbono (CO2) evitada na atmosfera.
Os palestrantes também tiraram dúvidas dos diplomatas sobre licenciamento ambiental, regularização fundiária, desmatamento e avanço da fronteira agrícola no Cerrado.
Lígia Dutra, diretora de Relações Internacionais da CNA, conduziu o debate e destacou a importância da aproximação com os adidos agrícolas. “Queríamos apresentar a CNA e mostrar que estamos à disposição para o debate e para possíveis trabalhos conjuntos nesse setor que nos orgulhamos tanto.”