*Por Rafael Dal Molin
o desenvolvimento econômico do Brasil. Somente no ano passado, o setor foi responsável por 21,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, de acordo com um levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Com o surgimento do coronavírus, produtores e pecuaristas de todo o mundo estão enfrentando dificuldades para seguir com a rotina, precisando não só adaptar o modo como realizam as vendas das mercadorias, mas também tentando encontrar uma forma para baixar os custos de produção e aumentar a produtividade diante desse cenário tão incerto.
A agricultura mecanizada, que nos últimos anos trouxe avanços gigantescos em termos de tecnologia, contribui -para que as pessoas enxerguem os benefícios das soluções voltadas para a digitalização da cadeia do agronegócio. Acredito que a Covid-19 irá acelerar ainda mais a adesão dos softwares e das tecnologias da informação, já que está evidenciando a importância de se ter uma gestão eficiente e transparente para auxiliar nas tomadas de decisões. Ter uma estratégia para executar com segurança na hora de uma emergência minimiza os impactos no segmento para quem trabalha dentro ou fora do campo.
O agronegócio está no DNA do Rio Grande do Sul, mas boa parte das propriedades ainda produz de forma bem tradicional. Desde que a quarentena foi recomenda pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Feira do Pequeno Produtor de Passo Fundo, uma das mais reconhecidas da região, precisou ser interrompida para evitar o contágio da doença. Cerca de 60 pessoas ficaram sem emprego logo no primeiro momento. Para ajudar esses indivíduos, a Elevor, junto com outras empresas ligadas à rede de inovação Conecta UPF, desenvolveu uma plataforma online para a comercialização de frutas, verduras e legumes frescos. Seria o marketplace assumindo um importante papel na evolução do setor?
As feiras presenciais não deixarão de existir tão cedo, até por fazerem parte da cultura de diversos locais, mas é inevitável que a ferramenta vá ao encontro dos consumidores, que estão cada vez mais presentes no mundo digital, e ajude os produtores, que conseguem abastecer as prateleiras virtuais, gerar dados e fazer negócios de um jeito rápido e seguro. Todos os envolvidos no elo precisarão de um tempo para se adaptar às novidades, mas o isolamento social vem permitindo testar tendências que prometem revolucionar a forma como players do agronegócio e os consumidores se encontram.
Se no campo o produtor está cada vez mais conectado, na outra ponta do processo temos as empresas agrícolas que investem em softwares capazes de automatizar tarefas, economizar tempo e dinheiro e reduzir os erros humanos. Desse lado, a tecnologia da informação é extremamente relevante, uma vez que os empresários precisam de um planejamento estratégico, tático e operacional para interagir com o mercado. Com o ERP360 Agro, por exemplo, o usuário tem dados precisos e em tempo real de toda a organização na palma da mão. E acredite, isso faz toda a diferença em épocas de crise.
Considero que o mundo pós-coronavírus será muito mais preocupado com a questão sanitária, aspectos sobre origem e condições de alimentos, forma de preparação ou manuseio. A rastreabilidade da produção será intensificada tanto do ponto de vista legal quanto por exigências do próprio mercado daqui para frente. E só a transformação digital será capaz de impulsionar ainda mais o agronegócio no país. Vamos aguardar!
*Rafael Dal Molin é mestre em Computação Aplicada e Ciência da Computação na Universidade de Passo Fundo e é Diretor da Elevor – startup gaúcha que desenvolve softwares de gestão empresarial para os segmentos do agronegócio, atacado, distribuição, varejo e serviços
Fonte: PiaR COMUNICAÇÃO