Por Adriana Gavaça
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) retomou na última segunda-feira, dia 4, o acesso a linhas de financiamento para o setor agropecuário, fechadas no ano passado, após forte demanda. Entre elas estão o Inovagro (Financiamento para incorporação de inovações tecnológicas nas propriedades rurais, visando ao aumento da produtividade e melhoria de gestão), o Pronaf-Investimentos (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e o Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras).
O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Cláudio Bier, classificou a retomada como positiva, principalmente no caso do Moderfrota que serve como um dos principais canais de acesso ao crédito para compra de equipamentos e máquinas agrícolas, pelo produtor rural.
“Quando o Moderfrota é cancelado sempre traz um problema muito grande para nossas vendas, já que a maioria é feita com financiamento e o Moderfrota é um grande parceiro nosso”, aponta.
Por outro lado, o executivo diz que o Programa BNDES Crédito Rural, que teve início em março de 2020, supriu grande parte dessas necessidade. Embora as taxas de juros praticadas nesta operação sejam cerca de 1% mais cara do que as cobradas no Moderfrota, o prazo é mais elástico, além de oferecer carência de dois anos.
“Apesar de ser um pouco mais cara, muitos produtores migraram para essa linha. Isso fez com que, em 2020, não sentíssemos a paralisação do Moderfrota, como em outros anos. Claro que o Moderfrota é a linha mais importante que nós temos no setor de máquinas agrícolas e nós contamos muito com isso”, assinala.
Características
Criado em março do ano passado, o Programa BNDES Crédito Rural atingiu R$ 1,3 bilhão em financiamentos em 2020. Foram concedidos empréstimos a 2.900 produtores por meio de mais de 4.000 operações. O programa é destinado à aquisição de máquinas e equipamentos e a projetos de investimento do setor, podendo ser acessado em qualquer época do ano.
A concessão do financiamento ocorre por via indireta, por meio de agentes financeiros credenciados. Entre eles estão bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, bancos de montadoras, bancos cooperativos e cooperativas de crédito. O prazo de quitação pode chegar a 15 anos, mas é de, em média, 10 anos, com dois anos de carência (período em o produtor não precisa iniciar a quitação). A taxa de juros final prefixada ou pós-fixada, de acordo com o interesse do cliente e com a finalidade do financiamento. O programa não impõe restrições quanto ao porte do beneficiário, não possui limite de financiamento e pode apoiar até 100% dos itens financiáveis.
O Moderfrota, por sua vez, é voltado para a aquisição de tratores, colhedoras, plataformas de corte, pulverizadores, plantadoras, semeadoras e equipamentos para beneficiamento de café e é direcionada a clientes com faturamento anual de até R$ 45 milhões. As taxas de juros são de até 7,5% ao ano, com sete anos para a quitação.
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