Volume alocado na modalidade totalizou R$ 8,8 bilhões
“A retomada do mercado de capitais mostrou a resiliência e a maturidade do segmento. Ao longo de 2023, sobretudo a partir de junho, houve aumento no volume de papéis emitidos, maior diversificação de ativos e de investidores, além de maior liquidez no mercado secundário. A redução da taxa básica de juros também contribuiu para essa retomada, assim como o comportamento do câmbio e o desempenho da economia norte-americana, afastando o temor de uma recessão”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da associação.
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As debêntures lideraram as captações, com R$ 236,3 bilhões em ofertas, impulsionadas pela performance no último trimestre (R$ 94,3 bilhões), mas com uma redução de 12,7% no confronto com o ano anterior. O setor de energia elétrica ficou à frente, totalizando R$ 62,4 bilhões, seguido de transporte e logística (R$ 30,6 bilhões) e saneamento (R$ 28,4 bilhões). Na análise da destinação dos recursos, 30,9% foram para investimentos em infraestrutura, um patamar bem superior ao de anos anteriores –em 2022, havia sido 20,2%.
O prazo médio dos papéis ficou em 8,6 anos, acima do contabilizado no mesmo intervalo em 2022 (6,3 anos). Considerando apenas as debêntures incentivadas, esse tempo é ainda maior, de 14,3 anos, também com alongamento em relação ao que foi contabilizado em 2022 (12,7 anos).
Nos instrumentos de securitização, o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) fechou o ano com R$ 43,1 bilhões, com crescimento de 2,1%. Já o resultado do CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) ficou praticamente estável (-0,5%), registrando R$ 47,8 bilhões. Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tiveram queda de 16,4%, chegando a R$ 38,7 bilhões.
Os produtos híbridos tiveram as maiores variações positivas no confronto com 2022. Os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) alcançaram R$ 29,9 bilhões e os Fiagros, R$ 8,8 bilhões, com expansão de 20,9% e 20,8%, respectivamente.
Nas ofertas públicas de produtos de renda fixa e híbridos, as pessoas físicas se destacaram entre os subscritores, respondendo por 20,1% do volume em 2023, quase dobrando o patamar registrado no ano anterior (11%). A maior fatia ficou com os participantes ligados à oferta (42,1%), seguidos dos fundos de investimento (27,1%).
A renda variável foi sustentada pelas operações de follow-on (oferta subsequente de ações), totalizando R$ 31 bilhões no período, com queda de 46% no confronto com 2022. Já no mercado externo, o volume de emissões subiu 179%, atingindo US$ 15,5 bilhões, com as captações das empresas respondendo pela maior parte desse valor (US$ 12,5 bilhões).
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