Saiba quando é a hora certa de trocar peças e componentes

Saiba quando é a hora certa de trocar peças e componentesAo fazer a inspeção diária na manutenção preventiva, é essencial prestar atenção no estado de conservação de peças e componentes

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As máquinas e os implementos agrícolas precisam estar em boas condições de conservação, principalmente nos períodos de colheita ou entressafras, já que operam com fluxo bastante intenso de carga, peso, potência e torque. Os equipamentos necessitam cuidados para garantir seu funcionamento por longo período de uso. A manutenção, especialmente de peças e componentes, é o que garante o funcionamento pleno do maquinário. Sem ela, os danos e panes dos equipamentos se tornam frequentes e acarretam perdas econômicas significativas, pois a máquina sempre deixa de funcionar quando mais se precisa dela.   

A falta de uma manutenção adequada pode elevar os custos operacionais diretos das máquinas agrícolas, mas também os indiretos, como atrasos em etapa de plantio e colheita. E, muitas vezes, estes custos indiretos são superiores ao custo de reparo do equipamento. A manutenção do maquinário visa garantir o funcionamento adequado, a segurança operacional, o desempenho e o aumento da vida útil. 

Por isso, é fundamental que o proprietário siga corretamente o plano de manutenção estabelecido pelo fabricante e que consta no manual do proprietário, executando as etapas previstas das inspeções periódicas. “Uma boa manutenção dos tratores e máquinas agrícolas é essencial, pois as janelas de plantio, preparo e colheita são cada vez mais curtas e o produtor não pode correr o risco de ficar com a máquina parada quando mais precisa”, observa o instrutor de operação Joel Sebastião Alves, de Cachoeira do Sul (RS).

O produtor rural deve prestar atenção no estado de conservação das peças. Normalmente, os fabricantes indicam a vida útil das peças pelo número de horas de funcionamento. Muitas peças e componentes, principalmente dos motores, como pistão, biela e engrenagens, só precisam ser substituídas durante a retifica das máquinas agrícolas. No entanto, para evitar quebras futuras, alguns componentes precisam ser substituídos antes mesmo do indicado no manual. “Se o produtor rural seguir o plano de manutenção e fizer uma inspeção diária do equipamento, o risco de ter um problema é bem menor”, garante Alves. 

Cuidados importantes com peças e componentes

A manutenção pode ser preventiva, corretiva ou preditiva. A preventiva refere-se a todos os serviços de inspeções sistemáticas, ajustes, conservação e eliminação de defeitos, visando evitar falhas ou defeitos. Já a manutenção corretiva, como o nome indica, corresponde a todo e qualquer reparo feito no equipamento com falha. 

A manutenção preventiva é a intervenção programada, realizada para reduzir ou evitar a queda de desempenho do maquinário. Inspeções, reformas, lubrificação e trocas de alguns componentes e fluidos são atividades preventivas. Enquadram-se as trocas periódicas de filtros e óleos, regulagens de válvulas ou troca de correias, mesmo sem avaliação do desgaste. “Os serviços a serem executados são preestabelecidos por horas de funcionamento, semanas ou quilômetros rodados, com base nos manuais do fabricante, histórico de manutenção do equipamento ou ensaios de desgastes”, ensina o consultor.

Saiba quando é a hora certa de trocar peças e componentesA manutenção corretiva ocorre quando há imobilização do equipamento por queda de desempenho ou falha de algum componente que impede o funcionamento adequado. A manutenção corretiva é feita em tempo aleatório e normalmente é causada por mau uso do equipamento, acidentes ou negligência na manutenção preventiva. Dependendo da gravidade da ocorrência, os custos de reparação podem ser elevados, pois além dos custos com peças e mão de obra, deve-se considerar os custos com perda de produtividade.

Já a manutenção preditiva consiste na substituição de componentes em períodos estabelecidos mesmo que o componente ainda apresente condições de uso. Esse tipo de manutenção geralmente é feito no gerenciamento de grandes frotas. Consiste na determinação da vida útil de alguns componentes críticos, até mesmo lubrificantes, por meio da utilização de equipamentos de diagnose e laboratoriais. Os períodos de troca são definidos pela análise estatística dos dados coletados.

A inspeção diária realizada pelo operador é o primeiro passo da manutenção preventiva, pois é ele quem convive sistematicamente com a máquina, e é quem pode e deve detectar possíveis falhas e mudanças no rendimento do equipamento. Para isso, no entanto, é necessário um profissional qualificado e treinado para saber executar tais procedimentos. 

“Outro aspecto importante a destacar, e que sempre frisamos, é seguir sempre as recomendações do fabricante, tanto na operação quanto na manutenção, por isso a importância de manter o manual da máquina sempre disponível para toda a equipe de trabalho”, ensina Alves.

Para esses casos, o especialista diz que o primeiro passo é ter procedimentos escritos para desencadear os serviços de manutenção a serem executados em tempos também determinados. Ele recomenda que o produtor tenha um plano (tabela ou ficha) de manutenção preventiva da máquina agrícola. 

Troca dos fluidos

Os fluidos líquidos e gasosos da máquina exigem revisões sistemáticas, principalmente em regiões com climas úmidos e com variações elevadas de temperatura e pressão, pois se contaminam facilmente nessas condições. O produtor precisa incluir na verificação lubrificantes de todos os conjuntos mecânicos (desde o motor até a transmissão e redutores finais), líquidos de arrefecimento, fluidos hidráulicos, fluidos pneumáticos (o ar e combustível).

Todos os fluidos requerem filtros para se manterem o mais limpo possível, o que exige limpeza e substituições desses componentes quando já saturados. “O produtor precisa fazer a troca de todos os fluidos e filtros antes mesmo do momento recomendado pelo fabricante”, assinala. 

Peças e componentes: elementos de vedação

Também é necessário cuidado redobrado com os elementos de vedação, que protegem máquinas ou equipamentos contra a saída de líquidos e gases, e a entrada de sujeira ou pó. São genericamente conhecidas como juntas, retentores, selos, gaxetas e guarnições. As partes a serem vedadas podem estar em repouso ou movimento. Em função da solicitação, as vedações são feitas em diversos formatos e diferentes materiais. 

Dispositivos de fixação como parafusos, porcas e arruelas são peças metálicas de vital importância como elementos de fixação dos mais diversos dispositivos de uma máquina. São empregados para unir e manter juntas as peças da máquina e precisam ser inspecionados com frequência pelo operador da máquina.

O especialista observa que, a partir destes quatro parâmetros, é possível estruturar um plano de manutenção preventivo para cada máquina. Os serviços de manutenção preventiva devem ser planejados e programados: todas as etapas dos serviços devem estar bem definidas, considerando o material e a mão de obra necessários.

Alves reforça que os fabricantes fornecem junto aos manuais de operação um plano básico de manutenção preventiva, que pode e deve ser aperfeiçoado pelo proprietário, conforme a sua realidade. O referencial de controle para elaboração das planilhas é o número de horas trabalhadas pela máquina, e o horímetro é o instrumento a ser verificado e controlado diariamente. 

O consultor em mecanização agrícola destaca que os serviços de manutenção preventiva variam conforme o tipo de máquina, local de trabalho e tipo de operação e equipamentos. No caso de um trator agrícola, o plano de manutenção parte de 50 horas semanais, depois 250 horas ou 300 horas, 500 horas, e, por fim, 1000 horas trabalhadas. 

Porém, dependendo das condições de trabalho, do fabricante e do tipo de máquina, alguns itens ainda devem ser realizados com 2000 horas, 3000 horas ou 5000 horas trabalhadas. Entre esses itens estão regulagem de válvulas do motor, limpeza e teste dos bicos injetores, revisão geral no sistema de acoplamento de três pontos, inspeção e lubrificação dos rolamentos das pontas de eixo.

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