Em particular, a robótica poderia melhorar alguns aspectos tradicionalmente insolúveis na agricultura. Especialistas do setor, entre eles Simon Blackmore, do Harper Adams University College, não imaginam um futuro dominado por máquinas agrícolas de grande porte e capacidade de trabalho, mas completamente autônomas e de dimensões reduzidas. A abordagem, segundo Blackmore, poderia trazer muitas vantagens: por exemplo, a profunda compactação do terreno, um recorrente problema para a crescente massa dos equipamentos, é normalmente limitada aumentando a área de apoio do mecanismo de propulsão no solo.
Embora a compactação não possa ser anulada, com o maquinário de pequenas dimensões (e, portanto, de peso limitado) pode ser drasticamente reduzida. Além disso, a “autonomia energética”, isto é, dispor exclusivamente de fontes renováveis, é um objetivo difícil de obter com máquinas de grande porte, por causa dos altos consumos.
A “usabilidade” é outro conceito-chave: não é produtivo propor ao mercado um produto que não é “sob medida” para o usuário ao qual é destinado. Para poder se beneficiar plenamente com a máquina, a tecnologia deve ser intuitiva e simples, a ponto de não haver cursos de preparação ou a leitura de complexos manuais de instruções. De um ponto de vista operacional, também a “modularidade” não deve ser subestimada, por muitas razões: do software, até a logística e à embalagem. Se um módulo se danifica, pode ser simplesmente substituído por outro idêntico, com uma intervenção que, desse modo, é fácil e rápida.
Nesse contexto, a adoção de veículos de pequenas dimensões, que se deslocam autonomamente no campo de acordo com comandos pré-configurados, torna possível a gestão do cultivo em pequena escala. Não somente as operações ordinárias, mas também aquelas que devem ser realizadas sem programação em tempos breves, como alguns tratamentos fitossanitários, que poderiam ser feitos com mais precisão. Tais tratamentos poderiam ser aplicados diretamente nas específicas plantas e não na fileira inteira.
A possibilidade de semear (e colher) em períodos diferentes é outro ponto importante: a colheita gradual, baseada no grau real de maturação do produto, e a semeadura conforme as condições do terreno levariam a rendimentos quantitativos e qualitativos melhores.
Enfim, o andamento climático influencia na atividade agrícola: a instalação de estações meteorológicas fixas em campo seria de grande ajuda para avaliar em tempo real a possibilidade de executar ou não os trabalhos.