Títulos de renda fixa. Bem menos conhecido pelos compradores e pela indústria, o CRA é uma alternativa para fomentar as cooperativas e os produtores rurais. Neste caso, os recursos não vêm das modalidades tradicionais de crédito do Tesouro Nacional por intermédio dos bancos, mas do mercado de capitais, o que significa que podem ser negociados em Bolsa de Valores ou em mercados de balcão autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Títulos de renda fixa com rentabilidade garantida pelos ganhos da lavoura, os CRAs são emitidos por companhias de securitização e costumam vencer em, no máximo, dois anos. Quem compra o CRA, recebe uma taxa de juros pré-fixada de quem está tomando o dinheiro e tem a produção da safra como garantia do investimento. Segundo Moacir Teixeira, sócio da empresa de securitização Ecoagro, grandes empresas das cadeias produtivas de cana-de-açúcar e soja emitem CRAs para captar recursos para a compra de insumos.
O certificado foi criado pela Lei n˚ 11.076, de 2004. Apesar de movimentar um volume reduzido de recursos em relação às formas de financiamento tradicionais, vem ganhando espaço: só em 2011, foram mais de R$ 320 milhões. Os números de 2012 ainda não estão fechados.
Segundo Teixeira, o potencial de crescimento do CRA no financiamento da atividade produtiva é considerável. “É grande em função da representatividade do agronegócio na balança comercial”. As exportações do agronegócio somaram US$ 84,1 bilhões no ano passado e responderam por 34% das vendas externas do País. Teixeira diz que a compra de máquinas agrícolas por meio da emissão do Certificado de Recebíveis do Agronegócio só é interessante para quem não tem acesso aos programas de crédito do BNDES, com juros mais baixos e prazos longos para pagar.
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