Vantagens x desvantagens. Para Otto Nogami, mestre em economia e especialista em finanças do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), o consórcio não deixa de ser uma alternativa interessante. “O participante não precisa dar entrada, escolhe o valor do crédito que quer obter e também o prazo, pois existem grupos variados”, diz. No entanto, ele chama a atenção para “a dependência da sorte” e a capacidade financeira para dar lances: “Os sorteios acontecem a cada mês e, normalmente, apenas duas pessoas são contempladas.”
Nogami lembra ainda que o valor das parcelas, definido previamente, pode sofrer alterações. Via de regra, os contratos estabelecem critérios para reajustes e é adotado um indexador “de domínio público”, diz. Na comparação com o financiamento para a aquisição de bens, o especialista afirma que o consórcio “sai mais barato”. O sistema não cobra juros, mas a taxa de administração pode ser uma armadilha. “Não existe um padrão e o valor varia conforme a administradora”. Mesmo considerando o sistema “interessante”, o consórcio, no entender de Nogami, não é a melhor saída. O especialista cita um exemplo com base em dados da Caixa Econômica Federal: “se um veículo custa R$ 26 mil, nessa modalidade, incluindo a cobrança do serviço prestado pela administradora, sairá por R$ 32.108,00, valor 23,5% maior”, calcula.
O ideal seria a aplicação, por exemplo, na caderneta de poupança. Considerando que não haja inflação, o dinheiro iria render e 52,5% do valor do bem seriam poupados. Esta modalidade exige compromisso e planejamento. “Por isso, a maioria opta pelo consórcio: falta educação financeira”, afirma.