Segundo Vincensi, a empresa busca tropicalizar todos os modelos disponíveis na AGCO. “O processo envolve uma série de procedimentos e rotinas, que começa com a busca do projeto e da estrutura, lá fora, para a unidade da Valtra no Brasil passar a desenvolver componentes necessários para a produção do protótipo. No caso da plataforma draper, os conjuntos de solda e ferramentas para conseguir produzi-la”, conta.
No caso das colheitadeiras draper, a Valtra primeiro realizou os testes no campo, em condições reais, para avaliar performance, desempenho, durabilidade e capacidade, além de verificar se o novo projeto estaria adequado à realidade brasileira, se a máquina está no mesmo nível das plataformas importadas, se mantém a qualidade do modelo original e se tem a validade para poder comercializar. “Depois da adaptação e dos testes a campo, começamos a produção local, que dá acesso às linhas de crédito junto ao BNDES, do porte do Finame”, ressalta Vincensi, que anuncia o começo dos testes na colheita de feijão, “para nós, uma condição muito extrema, pois não tem nos EUA”.
A versão brasileira da colheitadeira draper exigiu investimentos variados e elevados em ferramentas, como um robô para soldar o chassi da plataforma, por exemplo, além do desenvolvimento de itens menores, que a área de compras teve de desenvolver junto a fornecedores, como rolamentos, suportes e presilhas.
Na Valtra, para o projeto de localização, uma vez aprovada a demanda, começam as reuniões do grupo técnico formado por várias áreas da empresa: engenharia de produto, compras, manufatura, marketing, qualidade, pós-vendas. O projeto durou dois anos e meio, da importação das unidades à liberação da versão brasileira para comercialização.