Inovação. Entre os modelos da Massey Ferguson ajustados para o mercado brasileiro o mais recente foi a série 8600, fabricada na França, cujas versões nacionais foram lançadas no ano passado, na Coopavel, nos modelos MF8670 (320cv) e MF8690 (370cv). “Trata-se de uma inovação tecnológica em tratores, dotados de transmissão CVT – a mesma dos carros mais modernos –, ou seja, não possuem marcha, o que permite trabalhar na velocidade adequada, significando melhor qualidade da operação, mais hectares horas e menor consumo de combustível”, destaca Everton Pezzi, supervisor de Marketing de Produto Tratores.
Os tratores originais eram utilizados em cultivos de batata e de trigo, na França, onde o uso é menos intensivo que no Brasil. Lá, o inverno é rigoroso e as máquinas não trabalham; além disso, as áreas são menores que no nosso país.
Pezzi conta que primeiro a empresa trouxe algumas unidades e testou-as em condições de uso intensivo, na cultura de cana, onde, em curto período, atingiram 1.000 horas, em uso bastante crítico e intenso: praticamente 24 horas por dia. Também foram testadas na Bahia, em região de solo severo e muita poeira; no Mato Grosso, no cultivo de grãos; e no Sul, em arroz irrigado. “No passado, já tínhamos o histórico de um produto similar, nessas regiões de maior exigência e maior criticidade”, justifica. Ele acrescenta ainda que o objetivo era atingir 2.000 horas para cada máquina. “Assim, a gente pode avaliar o desempenho no uso intensivo no Brasil em culturas como cana ou grão, e fazer as melhorias necessárias.”
Basicamente, as mudanças foram em relação ao sistema de filtro. “Como o diesel brasileiro é bem diferente do europeu, mudamos o sistema de filtragem e aumentamos a sua capacidade, ampliando o intervalo de troca do filtro e a vida útil dos componentes do sistema de injeção do trator. Também substituímos as correias do motor, por material de maior durabilidade, devido às condições de poeira, que são mais severas que na Europa”, explica.
Os testes duraram cerca de um ano e, segundo Pezzi, o investimento maior foi relacionado à importação dos cinco tratores para disponibilizar os testes, ao custo de transporte das máquinas e à adequação de componentes. Para que o produto de um mercado seja introduzido em outro, a AGCO estabelece uma série de cuidados: testes de campo, peças em estoque, concessionários bem treinados, além de qualidade e performance. “Caso contrário, não é liberado”, observa.